Olhe para o céu, cruze os dedos e faça um pedido: quatro chuvas de meteoros foram registradas nos últimos dias a partir de câmeras localizadas em Porto Alegre e Taquara. Em meio a um tempo sem nuvens, os fenômenos podem ser observados a olho nu, mesmo sem binóculos – e há alta chance de ocorrência na madrugada desta sexta-feira (31).
A maior probabilidade é de testemunhar a chuva de meteoros Delta Aquáridas do Sul, ativa desde 12 de julho. Como o pico (maior concentração de queda de meteoros) ocorreu na madrugada de terça-feira (28), a aparição seguirá bastante ativa na madrugada desta sexta-feira, destaca Carlos Fernando Jung, diretor científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) e proprietário do Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara e com câmeras em Porto Alegre e São Leopoldo.
— As chuvas têm um período: iniciam, têm o pico e depois decaem. É quando a Terra passa pelos detritos de asteroides ou cometas e depois se afasta deles — explica.
A dica para conferir a Delta Aquáridas do Sul é encarar o céu, a Oeste. Há maior chance de testemunhar uma queda de meteoro entre 2h e 5h desta sexta.
— Basta olhar para Oeste, à direita de onde o Sol está se pondo, na mesma posição onde pode ser observado o cometa Neowise. Mas os meteoros também poderão ser vistos em qualquer parte do céu. A origem desta chuva ainda é desconhecida, mas acredita-se que foi originada pelos detritos do cometa 96P Machholz, descoberto em 1996 — afirma Jung.
Outras três chuvas estão ativas e podem, também, ser captadas nesta noite ou nas próximas. Nas imagens desta matéria, Jung usou um software que sobrepôs vários meteoros registrados no céu nesta semana – não apareceram, portanto, ao mesmo tempo. A maioria dos meteoros são da Delta Aquáridas do Sul, mas há registros das outras três chuvas.
A Piscis Austrinídeos estará ativa de 15 de julho a 10 de agosto, e seu radiante (onde entram os meteoros no céu) se localiza na constelação de Peixe, a Oeste.
A chuva de meteoros Alfa-Capricornídeas, ativa de 3 de julho a 15 de agosto, tem menor ocorrência, mas contribui neste período para o aumento do fenômeno no céu.
A quarta chuva, que ocorre todos os anos, é a Perseidas, na constelação de Perseu, entre 17 de julho e 24 de agosto, com pico previsto para 12 de agosto. Neste caso, a expectativa é de muitos meteoros para serem observados a Noroeste.
Segundo Jung, cerca de 99% dos meteoros se extinguem na atmosfera antes de atingir o solo.