A orientação é ficar em casa. Contudo, isso implica uma série de mudanças e adaptações na rotina para se fazer cumprir a determinação de distanciamento social — medida apontada por órgãos nacionais e internacionais de saúde como crucial para conter a disseminação do coronavírus. Muitas empresas adotaram o home office e funcionários passaram a trabalhar de casa em seus computadores. Aquela passada no banco para pagar contas, é desaconselhada, por isso, aumentou o número de acesso a sites de bancos. Com grande parte do comércio fechado, as compras pela internet também cresceram. Dentro deste novo contexto, é possível perceber que a demanda pelo acesso à internet deu um salto.
Esta procura e constante conexão do usuário na web, por sua vez, traz riscos a privacidade. A Kaspersky, empresa especializada em segurança da informação, divulgou um estudo na segunda-feira (6) que apontou que somente no último mês os ataques contra dispositivos móveis tiveram um aumento de 124%. Ainda conforme o levantamento, os golpes têm um perfil: são mensagens maliciosas que circulam no WhatsApp com informações sobre o coronavírus.
Os cibercriminosos fazem uso da engenharia social, ou seja, utilizam esses eventos que mobilizam as pessoas, como a pandemia, para convencer as pessoas a clicarem em links ou baixar arquivos e aplicativos com vírus, explica Kalinka Castelo Branco, professora do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP):
— Uma vez instalado no dispositivo o malware pode roubar dados bancários, acessar fotos e sua câmera ou danificar seus arquivos. Por isso, é importante estar sempre com antivírus atualizado, fazer download de apps somente por meio das lojas oficiais, nunca baixar nada que vem de e-mail. No caso de notícias, busque o que você deseja ler nos sites oficiais dos governos federal e estadual, das prefeituras e portais conhecidos de notícias. O mesmo vale para promoções. Vá atrás das informações no site oficial da loja ou marca. Não clique em links do WhatsApp.
Veja outras dicas para proteger seu celular e computador e fugir das ciladas
- O básico precisa ser dito: tenha senhas fortes. Evite sequências de números, datas de aniversários, nome de pessoas próximas. Além disso, não esqueça de fazer a verificação de duas etapas nos seus perfis em redes sociais e na sua conta de e-mail.
- Evite sites que não tenham o endereço com "https" no começo. Às vezes, alguns navegadores mostram o símbolo de um cadeado ao lado do endereço eletrônico. Caso ele apareça, fique tranquilo, porque isso é sinal de que mesmo que seus dados sejam interceptados, eles não conseguirão ser lidos pelo cibercriminoso.
- Faça backup de seus arquivos em um HD externo com certa regularidade. Caso seu computador ou celular seja atacado, ao menos, seus documentos, fotos e vídeos estarão a salvo.
- Fuja de mensagens que solicitam informações, como dados pessoais, financeiros e bancários. Também é o caso de aplicativos e sites que prometem fazer testes online visando atestar se a pessoa está ou não infectada com covid-19.
- Se fizer uma ligação de vídeo, use aplicativos conhecidos e aqueles que você está acostumado a mexer. O WhatsApp, Facebook, Instagram e Gmail são plataformas que oferecem este tipo de recurso.
- Baixe aplicativos de jogos e de entretenimento ou de bancos somente em lojas oficiais do sistema operacional do seu celular. É valido também buscar qual o nome correto da aplicação diretamente no site do fornecedor.
- Mantenha suas aplicações em dispositivos móveis sempre atualizadas. Isso é importante, porque, a cada versão nova, são corrigidos problemas de falhas de segurança.
- Procure manter ativo o antivírus em seu celular e no computador. Opte por marcas conhecidas como Norton, Kaspersky e McAfee — estes são pagos — ou as versões gratuitas, como Avast, AVG e Windows Defender.
- Você pode verificar a qualidade do link recebido antes de clicar neste site. Se aparecer a palavra "good" (bom, em português), ele é seguro.
Para proteger as crianças, opte por plataformas de monitoramento. Por meio delas, é possível aplicar filtro e selecionar que tipo de conteúdo seu filho pode acessar e quais estão proibidos.
- Google Family Link limita o uso de cada aplicativo e bloqueia alguns deles, monitorando o tempo que o seu filho passa em cada um. Oferece a possibilidade de você controlar os apps de redes sociais e o navegador principal do smartphone. É gratuito.
- Norton Family Premier supervisiona as atividades online de seus filhos, ajuda a bloquear sites inadequados, permite que você veja quais sites eles visitam, define limites de tempo online. É possível testar o programa por seis meses, desde que seja criada uma conta na plataforma.
- AppGuardia bloqueia aplicativos, como joguinhos e redes sociais, define o tempo que o usuário passa no celular, impede o acesso a qualquer conteúdo adulto e mostra o histórico de navegação em tempo real. Há a possibilidade de testar a ferramenta, gratuitamente, por sete dias.