Golpes que buscam clonar a conta de WhatsApp de usuários do aplicativo atingem 23 vítimas por dia em todo o Brasil. O dado é de pesquisa feita em agosto de 2019 pela PSafe, desenvolvedora de aplicativos de segurança.
O levantamento foi realizado entre 31 de julho e 13 de agosto e levou em consideração as 12.680 mil respostas obtidas em um questionário em uma população de 131,1 milhões de usuários do sistema Android no país, chegando a um total de 8,5 milhões de brasileiros atingidos.
Não existem estatísticas específicas sobre esse tipo de golpe no Rio Grande do Sul, explica o delegado André Anicet, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), pois todas as ocorrências são contabilizadas como estelionato, sem um campo específico para esses golpes.
Anicet revela que a maioria das vítimas registrou ocorrência – e lembra o quanto isso é fundamental – sobre ligações telefônicas ou mensagens com o DDD 011, de São Paulo. Após análise inicial, foi verificado que parte das vítimas fizeram depósitos em contas bancárias de agências na Região Sudeste. Nesses casos, as investigações são remetidas para as respectivas polícias, conforme determina a legislação.
O Deic lançou no mês de dezembro do ano passado uma campanha de alerta sobre o golpe do WhatsApp chamada "Navegue com Segurança". Anicet ressalta que não há ainda como afirmar se os casos estão aumentando, mas ressalta que eles têm ocorrido em uma frequência maior há pelo menos um ano. Por isso há, quatro dicas básicas: não repassar códigos recebidos sem antes verificar a veracidade, ficar atento a mensagens recebidas pedindo dinheiro; verificar a agência e conta bancária do destinatário e habilitar a dupla verificação em seu WhatsApp (veja abaixo o tutorial).
Kalinka Castelo Branco, professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), explica que nenhuma plataforma garante a total segurança do usuário:
— Não existe plataforma 100% segura. Assim como os aplicativos avançam na busca por novos métodos de proteção, pessoas trabalham para corrompê-los. Mas podemos tomar cuidados como, por exemplo, optar por combinações difíceis. Evitar datas de aniversário, sequências etc.
Ela destaca ainda que os golpes têm se tornado mais personalizados. Isso porque uma vez que o golpista tem o nome completo da vítima em mãos, basta realizar uma busca na internet para ter acesso a uma série de informações pessoais. De posse dessas informações, a rede de contatos da vítima é levada a acreditar que ela realmente conversa com o amigo, não com o criminoso:
— A nossa pegada digital é muito ampla. Deixamos muitos rastros e divulgamos muitos dados sensíveis, nossos e de outros. Manter a privacidade dos perfis, evitar dizer onde se trabalha ou estuda é importante para evitar que o acesso a nossa vida seja facilitado por nós mesmos.
Veja como ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp
- No canto superior direito da tela, acesse as configurações do app.
- Clique na opção “conta”
- Na sequência, opte pela alternativa “confirmação em duas etapas”
- Clique em “ativar”
- Nesta etapa, o app solicitará que seja criada uma senha de seis dígitos. Outra tela aparecerá pedindo que a combinação seja confirmada Será solicitado seu endereço de e-mail. Toque em avançar
- Será pedido que você informe novamente o endereço de e-mail. Por fim, aperte “salvar”.
- Pronto, sua verificação está concluída. É importante memorizar o PIN inserido e ter acesso ao e-mail cadastrado. É por meio dele que você poderá redefinir a senha, caso seja necessário.
Informações sobre como evitar este tipo de golpe ou como proceder se alguém for vítima, podem ser obtidas pelo WhatsApp do Deic (51) 98444-0606.