O canal americano de televisão NBC News publicou nesta quarta-feira (6) quase 7 mil páginas de documentos vazados que mostram que o Facebook aproveitou os dados de seus usuários para negociar com desenvolvedores de aplicativos externos.
O acervo compreende 4 mil arquivos de comunicações internas da empresa, como e-mails, bate-papos na internet, notas, apresentações e planilhas, principalmente de 2011 a 2015. Segundo a NBC News, cerca de 1,2 mil páginas são marcadas como "altamente confidenciais".
Os documentos indicam que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, junto com seu conselho e equipe de gerenciamento, encontrou maneiras de explorar os dados dos usuários da rede social, usando também dados sobre seus amigos, relacionamentos e fotos, para alavancar empresas parceiras. O mesmo acesso era negado a empresas rivais.
A NBC News aponta a Amazon como uma das empresas que tiveram acesso especial aos dados dos usuários, por estarem gastando dinheiro com publicidade no Facebook. O aplicativo de mensagens MessageMe, por outro lado, foi impedido de acessar dados, porque se tornou muito popular e poderia competir com a rede social de Zuckerberg. Em paralelo, o Facebook fazia anúncios públicos assegurando que planejava mudanças visando proteger a privacidade dos usuários.
As autoridades estaduais e federais dos Estados Unidos estão investigando as práticas de negócio da empresa. Em outubro, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, informou que 47 procuradores-gerais de Estados e territórios americanos planejam uma investigação antitruste com foco no Facebook.
A NBC News buscou um posicionamento da rede social na terça-feira (5), mas a empresa não respondeu. O Facebook não teria, contudo, questionado a autenticidade dos documentos obtidos pelo canal.