Um nanossatélite construído em Santa Maria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), será colocado em órbita no próximo ano para estudar o clima no espaço. As informações são do portal G1.
O projeto, em produção há seis anos, será utilizado para captar informações importantes para pesquisas relacionadas ao clima espacial, possibilitando que se tenha dados sobre perturbações de tempestades magnéticas provocadas pelo sol, por exemplo, conforme explica o pesquisador do Inpe, Nelson Schuch.
Esta é a segunda experiência de pesquisadores na cidade. O primeiro nanossatélite foi desenvolvido em 2014 por estudantes da UFSM, juntamente com outras universidades, e foi lançado em Yasny, na Rússia. Após cinco anos, o objeto segue em órbita e dá 15 voltas diárias ao redor da Terra.
Segundo o pesquisador Leonardo Zavareze da Costa, o nanossatélite que já está em funcionamento coleta informações que ajudam a monitorar o espaço magnético que está sobre o Brasil. Caso isso não seja feito, há possibilidade para que ocorram problemas com a distribuição de energia elétrica, com o sistema de comunicações e até mesmo com o funcionamento de alguns aparelhos eletrônicos.
— A região do campo magnético sobre América do Sul é bem crítica, uma série de missões científicas de satélites preferem desligar os satélites para evitar danos sobre o Brasil. Portanto, é muito importante monitorar para saber a intensidade dessas partículas e saber qual o procedimento que a gente pode ter para proteger elementos ali nessa região — detalha.
O segundo nanossatélite se juntará ao que já está em órbita. Assinado recentemente, o contrato de lançamento prevê o financiamento da Agência Espacial Brasileira.
— Depender de terceiros te limita bastante, então eu vejo essa a principal importância de estar trabalhando em alguma direção nessa área que é tão difícil, produzir algo concreto, por que é tudo muito caro e a gente não detém a tecnologia — comenta o diretor do Laboratório de Ciências Espaciais de Santa Maria (Lacesm), Andrei Piccinini Legg.