Por André Ghignatti
CEO da Wow Aceleradora de Startups
A ideia de investir em startups tem estado, cada vez mais, no radar e nas rodas de conversas de executivos e profissionais bem-sucedidos.
As motivações podem ser múltiplas, relacionadas tanto à agenda pessoal quanto à corporativa. Pelo lado pessoal, podemos citar:
- A mais óbvia, mas não necessariamente mais importante, é a busca por um retorno de investimento mais agressivo, ainda mais quando a taxa de juros está baixa e com viés de queda.
- Geralmente até mais motivador do que o ganho financeiro é a busca por novos conhecimentos, por uma reciclagem e por um reposicionamento profissional. Objetivo sempre válido, fica ainda mais pertinente quando as carreiras se tornam cada vez mais efêmeras. Não existe ambiente melhor para buscar esse tipo de conhecimento do que o dinâmico ecossistema de startups. A interação ideal entre investidor e empreendedor é de mão dupla: ambos saem melhores.
- Outra fonte de aprendizado nesse processo é o relacionamento com os outros investidores, unidos pelo objetivo de investimento em startups. É comum escutar no ecossistema que a única certeza é a eterna incerteza. Onde não há verdades absolutas, a troca de ideias é necessidade, e a colaboração, um mantra.
- Por fim, mas não menos importante, é poder praticar o que é conhecido como “give back”, ou seja, poder retribuir para a sociedade um pouco de seu sucesso, usando a experiência acumulada e algum recurso financeiro para estimular novos empreendedores a criarem riqueza e girarem a roda da economia.
Mas a agenda pessoal normalmente não é isolada da profissional. Na verdade, elas se complementam e se reforçam. Assim, pelo lado empresarial, temos outro conjunto de motivações. O relacionamento com startups pode:
- Auxiliar na mudança de cultura interna, trazendo e permeando no time conceitos como empreendedorismo, atitude, inovação, compromisso e velocidade.
- Melhorar a operação da empresa, nas mais diversas áreas, buscando redução de custo e eficiência pela sistematização de processos manuais ou substituição de ferramentas legadas por novas, mais eficientes e econômicas. Isso vale tanto para a empresa em si quanto para sua cadeia de fornecedores e parceiros.
- Buscar inovação que possa fazer parte do core estendido dos negócios da empresa, aproveitando seus canais de distribuição para alavancar novas linhas de negócio.
- Melhorar a imagem com seus clientes e o público externo em geral, principalmente se de fato tentar entender e responder de forma sincera às mudanças culturais promovidas pelas novas gerações.
O envolvimento do executivo, como pessoa física, pode ser um passo inicial num caminho que as empresas vão seguir, mais cedo ou mais tarde.
Assim, fica claro que são sólidos os motivos para o interesse e a busca por investimento em startups. Porém, motivação sem método tende a gerar frustração. É importante que o neófito busque investir com investidores já experientes ou aceleradoras que tenham experiência no ecossistema.
Investimento em startup sempre será de risco, é intrínseco ao modelo, mas trilhar esse caminho sozinho, ainda mais pela primeira vez, apenas exponencia esse risco e ainda dilui o impacto positivo em algumas das motivações aqui mencionadas.
Temos um capítulo da rede Anjos do Brasil no Rio Grande do Sul no qual o investidor pode buscar melhores práticas, colegas investidores e startups para investir. Também estamos bem servidos por aceleradoras, com excelentes históricos e casos de sucesso, que permitem ao investidor participar de um grupo de investimento já estruturado, mitigando o risco e potencializando os benefícios nos diversos aspectos que extrapolam o ganho financeiro.