E-mails corporativos do Facebook parecem mostrar o envolvimento do diretor-executivo da companhia, Mark Zuckerberg, em discussões sobre a tão criticada política de privacidade da rede social. A revelação foi feita na quarta-feira (12) pelo Wall Street Journal (WSJ), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
De acordo com a publicação, os repórteres não viram os e-mails e confiaram em pessoas não identificadas. O texto diz que as comunicações "parecem mostrar uma conexão de Zuckerberg com políticas de privacidade potencialmente problemáticas na companhia".
Conforme o jornal, dentro da empresa, o clima era de preocupação com a investigação, principalmente sob o ponto de vista de relações públicas da companhia.
O potencial impacto dos e-mails teria sido um dos fatores que acelerou o interesse do Facebook em fazer um acordo com o Federal Trade Commission (FTC), órgão similar ao Procon no Brasil.
O WSJ afirma que não é possível determinar exatamente quais e-mails a agência solicitou e quantos deles estavam relacionados a Zuckerberg. A investigação da FTC teve início mais de um ano depois dos relatos de que dados de milhões de usuários da rede social caíram nas mãos da Cambridge Analytica, consultoria política britânica, que trabalhou na campanha à presidência de Donald Trump.
"O Facebook e seus executivos, incluindo Mark, esforçam-se, em todos os momentos, para cumprir com todas as leis aplicáveis e, em nenhum momento, Mark ou outro empregado da companhia viola obrigações da empresa sob consentimento da FTC", escreveu um porta-voz da empresa por e-mail.
O Facebook estaria ansioso para fechar um acordo com a FTC e deixar para trás o escândalo, conforme a publicação. Em abril, a companhia falou que espera pagar US$ 5 bilhões com o pacto.