Imagine que, em uma noite qualquer, você decide fotografar o céu e, quando vai olhar a imagem, percebe que há um objeto que não havia visto antes. Neste momento, surgem as dúvidas: será que é um óvni? Algum fenômeno natural? Ou efeito da câmera?
Apesar de ser a alternativa menos "interessante", a última é, na maioria das vezes, a verdadeira. Um exemplo disso é a imagem ao lado, tirada no início da noite de domingo (19), em Porto Alegre. A foto, que mostra a Lua e logo abaixo um pequeno ponto verde iluminado, foi compartilhada nas redes sociais e gerou dúvidas em quem a viu.
"Algum ufólogo de plantão? Acabei de tirar essa foto da lua e e quando vi saiu esse círculo verde. O que poderia ser? ET? Outro planeta? Um óvni", escreveu a jornalista Vivian Jorge ao compartilhar a imagem com os amigos no Instagram.
De acordo com o fotógrafo Jacson Glashorester, o círculo verde na fotografia trata-se de um flare, defeito ótico causado quando uma luz forte entra diretamente através das extremidades da lente, proporcionando manchas de luz em formas circulares ou hexagonais.
— Tem esse ponto no carro que mostra que havia na cena uma luz verde forte que refletiu nele. Isso pode ter ocasionado um reflexo voltado contra a lente, fazendo este flare. Ocorre do mesmo jeito quando fotografamos contra o sol, aparece um risco ou pontos na foto, porque ele está emitindo uma luz diretamente contra a lente – afirma Jacson.
GaúchaZH também entrou em contato com especialistas das áreas da astronomia e da ufologia, que afirmam que o objeto visto na imagem não se trata nem de óvni – pois não foi visto a olho nu, aparecendo somente na fotografia –, nem de fenômeno natural.
Segundo Marcelo Zurita, diretor técnico da Brazilian Meteor Observation Network, não há indícios de que o objeto na imagem seja origem de algum fenômeno natural, considerando o horário, dia e local em que a foto foi tirada.
— Não temos registros de meteoros (única possibilidade considerada) próximos a esse horário em nenhuma câmera da rede — explica.
Embora o flare seja originalmente uma imperfeição, muitos fotógrafos utilizam este pequeno "defeito" como uma espécie de efeito fotográfico, já que tende a deixar a imagem mais colorida e mais quente.