Pesquisadores da UpGuard, uma empresa de segurança cibernética, informaram nesta quarta-feira (3) que milhões de registros de usuários do Facebook foram publicados nos servidores em nuvem da Amazon ao acesso de todos. As informações são do site da Bloomberg.
Segundo o veículo, dois desenvolvedores de aplicativos terceirizados pela empresa de Mark Zuckerberg se aproveitaram da falha. Um deles, a Cultura Colectiva, da Cidade do México, armazenou abertamente 540 milhões de registros de usuários, incluindo números de identificação, comentários, reações e nomes de contas. Os dados estariam livres para qualquer usuário conectado à internet. Essa base de dados foi fechada após a Bloomberg avisar o Facebook que, por sua vez, avisou a Amazon. Não se sabe, no entanto, quantos usuários únicos foram atingidos.
Um outro banco de dados estava armazenado pelo aplicativo No Pool (já extinto). Foi encontrada uma lista de nomes, senhas e endereços de e-mail para 22 mil pessoas. Segundo aBloomberg, a UpGuard não sabe por quanto tempo as informações da base de dados ficaram expostas.
Por muitos anos, a rede social permitiu que qualquer desenvolvedor ligado ao Facebook obtivesse informações sobre as pessoas que usavam o aplicativo e sobre os amigos desses usuários. Segundo a UpGuard, foram encontrados pelo menos 100 mil bancos de dados abertos na nuvem da Amazon, para vários tipos de dados. A empresa de segurança espera que nem todos estejam públicos.
O histórico de polêmicas do Facebook tem aumentado cada vez mais, desde março do ano passado, quando estourou o escândalo da Cambridge Analytica. A empresa de dados, ligada à campanha presidencial de Donald Trump, obteve, de forma ilícita, dados pessoais de 87 milhões de usuários da rede social. Isso permitiu que a empresa criasse ações de marketing digital para influenciar as eleições americanas que levaram Donald Trump à presidência e o referendo pré-Brexit, que decidiu pela separação do Reino Unido da União Europeia. À época, o presidente executivo Mark Zuckerberg disse que levará "alguns anos" para resolver os problemas sobre o uso irregular de dados privados de usuários da rede.
Desde o ano passado, a rede social tem feito uma auditoria entre todos os aplicativos que possam estar lidando com dados dos usuários de forma incorreta. À Bloomberg, um porta-voz da empresa disse que as políticas do Facebook proíbem o armazenamento de informações do Facebook em um banco de dados público e que, uma vez alertado sobre o assunto, trabalhou junto da Amazon para derrubar os bancos.
A Amazon não respondeu aos questionamentos feitos pela Bloomberg.