Tecnologia feita por adultos e por crianças. Na área aberta ao público da Campus Party Brasil, maior evento de tecnologia do país que ocorre em São Paulo capital até domingo (17), uma mesa reunia nesta quarta-feira (14) de edificações multicoloridas a esteiras e cata-ventos movidos a motor. Com o desafio de desmistificar a tecnologia para os pequenos, o professor de física Douglas Costa, 38, mostrava a estudantes de escolas públicas e particulares que o futuro é agora e entender como funciona a tecnologia do dia a dia é urgente.
— Assim como é crucial aprender a ler e a escrever, temos agora um terceiro imperativo que é alfabetizar digitalmente os estudantes. Nós mexemos no celular, sabemos suas funcionalidades, acessamos nossas redes sociais, mas desconhecemos a tecnologia por trás do funcionamento desses dispositivos e plataformas — ressalta o professor.
Costa destaca que os projetos desenvolvidos pelos estudantes são focados na interdisciplinaridade – ou seja, mesclam os saberes de diversas áreas do conhecimento. Ele relata que, recentemente, uma turma sua desenvolveu uma estufa e que, para isso, foram utilizados conhecimentos de várias disciplinas.
— Para que as plantas sobrevivessem, eles precisavam saber conceitos de biologia e, para desenvolver a estufa, tinham de saber a teoria de assuntos relacionados a física— conta Costa.
O professor de física ainda ressalta a troca de experiências que transformam mestre e aluno em parceiros de descobertas:
— O mais interessante é que, ali, o aluno é detentor da ação frente ao problema e o professor, por sua vez, ajuda na construção daquele artefato, não como detentor único do conhecimento, mas como um parceiro que ajuda na resolução do problema imposto. É uma relação mais horizontal e enriquecedora.
Por fim, Costa salienta que o ensino de robótica em sala de aula estimula o raciocínio lógico para a resolução de desafios, impulsiona a busca por saídas criativas para os problemas enfrentados e estimula o trabalho em equipe entre os estudantes.