Em meio ao vai e vem de pessoas, atrações tecnológicas e luzes frenéticas na Campus Party 2019, em São Paulo, o que chamou a atenção da professora Célia Garcia foram os grandes painéis de papel que davam destaque e reproduziam o rosto de mulheres que fizeram e fazem arte, ciência e ativismo no mundo. Cada obra vinha acompanhada de uma minibiografia da pessoa retratada, contando seus feitos e conquistas.
A exposição "As Donas da Rua da História", promovida pela Maurício de Sousa Produções – criador da aclamada Turma da Mônica – no evento de tecnologia traz nomes de mulheres e jovens importantes nacional e mundialmente. O objetivo da ação é preservar o direito feminino e mostrar às crianças que elas podem ser o que quiserem independentemente da área de atuação.
Vale destacar que a personagem Mônica, de Maurício de Sousa, apareceu pela primeira vez em uma tirinha do Cebolinha em 1963. Desde lá, ganhou cada vez mais espaço, mostrando a uma geração de garotas que, para ser protagonista, não é preciso se encaixar em padrões de comportamento.
Para Célia, os quadros, que representam algumas personalidades, exercem importante papel no resgate de figuras relevantes que servem de inspiração para outras meninas.
– Acredito que isso é muito importante para uma geração de garotas que veem os desenhos dessas mulheres e sentem-se inspiradas a buscarem seus sonhos, a profissão que elas quiserem. Temos mulheres fantásticas na história que devem ser valorizadas e exaltadas – disse a professora.
A iniciativa, que busca promover a igualdade de gênero, conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), tenta frear os estereótipos de gênero aos quais meninas estão expostas desde a infância. Uma pesquisa feita pela Cátedra Unesco Mulher Ciência e Tecnologia na América Latina, do ano passado, mostrou que nove em cada dez garotas, entre os seis e oito anos, acreditam que os cursos de engenharia, por exemplo, são restritos ao universo masculino.
O projeto traz ainda dez mandamentos que destacam o empoderamento das pequenas, a importância de elas serem independentes e reforçam a necessidade de acesso à saúde, educação de qualidade e proteção dos seus direitos.