Encontrar soluções tecnológicas para problemas que afetam a terceira idade era o objetivo do mestre em Controle e Automação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Guilherme Torres quando iniciou sua pós-graduação na área, há pouco mais de dois anos. Depois de muita pesquisa e conversas com o orientador Ivan Müller, colaborador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, começou a ganhar forma um dispositivo que detecta tombos. Nos estudos, Torres percebeu que quedas são cada vez mais frequentes entre idosos. Os motivos associados são vários, mas ele cita dois: longevidade e busca por independência.
A percepção de que havia uma lacuna de tecnologia assistiva para esse público fez o pesquisador trabalhar em dispositivos interligados por rede sem fio que identifica e alerta caso o usuário caia. O aparelho não impede o tombo, mas informa os familiares para que prestem socorro. Conforme Torres, há casos de idosos que moram sozinhos que ficaram dias no chão sem conseguir levantar — e sem que ninguém soubesse.
O projeto foi testado em casas inteligentes, onde há sensores espalhados por cômodos e móveis, mas poderá ser adaptado para residências comuns. Um equipamento acoplado à roupa, na altura do peito, reconhece e distingue movimentos conscientes, como caminhar, correr, pular e sentar de atos involuntários, como cair.
— Quando acontece a queda, é emitido um alarme na casa. Isso pode ser adaptado para uma chamada de celular ou um aviso via internet — destaca o pesquisador.
Torres, atualmente, avalia a possibilidade de aprimorar o dispositivo, trabalhando na redução do sensor que fica junto ao corpo do idoso e em novos testes em uma futura pós-graduação.