A sonda Parker Solar Probe, da Agência Espacial Norte-americana (Nasa), que partiu em 12 de agosto com o objetivo de atravessar a atmosfera solar e estudar alguns mistérios sobre o Sol, ultrapassou o recorde de maior aproximação de um objeto feito pelo homem à estrela nesta segunda-feira (29), informou a Nasa.
O índice anterior era da espaçonave germano-americana Helios 2, em abril de 1976, que chegou a 43,43 milhões de quilômetros do Sol. A sonda Parker alcançou a marca de 26,55 milhões de quilômetros de distância. A aproximação final esperada da Parker em relação à superfície da estrela deve ser de 6,2 milhões de quilômetros e planejada para 2024.
— Faz apenas 78 dias que a Parker Solar Probe foi lançada e agora chegamos mais perto de nossa estrela do que qualquer outra espaçonave da história — disse o Gerente de Projeto Andy Driesman, do Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins em Laurel, Maryland, nos EUA. — É um momento de orgulho para a equipe, embora permaneçamos focados em nosso primeiro encontro solar, que começa em 31 de outubro.
O primeiro encontro solar da Parker Solar Probe começa na próxima quarta-feira (31), quando ela seguirá a voar cada vez mais perto da superfície do Sol até atingir seu primeiro periélio – o ponto mais próximo do Sol – em 5 de novembro. A espaçonave deve enfrentar condições brutais de calor e radiação neste período.
Aproximando-se do Sol mais do que qualquer espaçonave da história, o objetivo principal da sonda é desvendar os mistérios dessa estrela, especialmente a atmosfera incomum de sua superfície.
Para tal, ela é protegida por um escudo composto de carbono de uma dúzia de centímetros de espessura que deve proteger os instrumentos científicos que ela transporta de uma temperatura de quase 1,4 mil graus centígrados. Dentro da sonda, no entanto, a temperatura deve ser de apenas 29 graus.
Quando estiver perto do Sol, a sonda Parker percorrerá o equivalente a uma jornada entre Tóquio e Nova York em um minuto, a uma velocidade de 700 mil km/h, o que também torna o objeto mais rápido já construído pelo homem.
A coroa do Sol não é apenas 300 vezes mais quente que sua superfície, mas também emite plasmas poderosos e partículas energéticas que podem liberar tempestades geomagnéticas espaciais, causando estragos na Terra ao interromper a rede elétrica.