A Nasa realizou com sucesso, na madrugada deste domingo (12), na Flórida, o lançamento da sonda solar Parker, que tentará entrar na atmosfera do Sol.
"Três, dois, um, e decolar!", gritou o operador da Nasa quando ocorreu o lançamento do foguete Delta IV Heavy com a sonda a bordo desde a base em Cabo Canaveral, Flórida. Menos de uma hora depois, o operador de lançamento indicou que a sonda havia se separado do foguete e que continuava sua odisseia no espaço.
– No momento, a sonda está indo bem – confirmou.
Confira, abaixo, o vídeo do lançamento da sonda solar Parker.
Do tamanho de um carro e a um custo de U$ 1,5 bilhão, a sonda Parker Solar Probe tentará atravessar a atmosfera solar graças a um escudo ultra-resistente. A missão é clara: tornar-se a primeira espaçonave a enfrentar as condições infernais da coroa, parte da atmosfera do sol que é 300 vezes mais quente do que a superfície da estrela.
Parker deve, portanto, passar a cerca de 6,2 milhões de quilômetros da superfície da estrela e atravessar essa coroa 24 vezes nos sete anos previstos para a missão. Aproximando-se do Sol mais do que qualquer espaçonave da história, o objetivo principal da sonda é desvendar os mistérios dessa estrela, especialmente a atmosfera incomum de sua superfície.
Para tal, ela é protegida por um escudo composto de carbono de uma dúzia de centímetros de espessura que deve proteger os instrumentos científicos que ela transporta de uma temperatura de quase 1,4 mil graus centígrados. Dentro da sonda, no entanto, a temperatura deve ser de apenas 29 graus.
Quando estiver perto do Sol, a sonda Parker percorrerá o equivalente a uma jornada entre Tóquio e Nova York em um minuto, a uma velocidade de 700 mil km/h, o que também torna o objeto mais rápido já construído pelo homem.
A coroa do Sol não é apenas 300 vezes mais quente que sua superfície, mas também emite plasmas poderosos e partículas energéticas que podem liberar tempestades geomagnéticas espaciais, causando estragos na Terra ao interromper a rede elétrica.
Prevendo ventos solares
– A Parker Solar Probe nos ajudará a prever melhor quando ocorrerá uma perturbação do vento solar que poderia afetar a Terra – disse Justin Kasper, um dos cientistas do projeto e professor da Universidade de Michigan.
– Vamos nos encontrar em uma área excitante, onde os ventos solares, acreditamos, vão acelerar. É lá que vemos campos magnéticos gigantescos que passarão perto de nós – disse Jim Green, diretor do Departamento de Ciências Planetárias da NASA.
Parker é a única espaçonave da Nasa batizada em homenagem a um cientista ainda vivo, o famoso astrofísico Eugene Parker, 91 anos. Ele foi o primeiro a desenvolver a teoria dos ventos solares supersônicos em 1958, que agora será estudada pela sonda que leva o seu nome.