Uma chuva de meteoros vem acontecendo, desde o dia 11, no céu do Hemisfério Sul. A Geminidas, que se estende até o dia 16, tem seu ápice na madrugada de quarta para quinta-feira (14), mais precisamente entre 1h e 2h. O evento poderá ser visto em todo o país, mas a Região Sul deve esperar taxas mais modestas do fenômeno, de 22 a 30 meteoros por hora. A diretora do Planetário da UFRGS, Daniela Borges Pavani, afirmou que será possível acompanhar a chuva na Capital a partir das 23h de quarta-feira.
— Nesta época do ano, a região da constelação de Gêmeos, que é o ponto no céu onde a chuva de meteoros parece se originar, e a constelação de Órion, para onde os meteoros parecem se dirigir, não atingem alturas elevadas no céu. Isso dificulta a observação da chuva de meteoros — explica ela. — O melhor horário para observá-la será entre 3h e 4h da madrugada, quando as constelações de Gêmeos e Órion estarão a aproximadamente 30º de altura no céu, na direção do horizonte norte. Em Porto Alegre, a constelação de Gêmeos nascerá por volta das 23h, permanecendo visível até o amanhecer.
Integrante do escritório de meteoros da Nasa, Bill Cooke afirmou que, como a chuva Perseidas foi obscurecida pela lua em agosto, Geminidas deve se destacar em 2017 e ser a melhor chuva de meteoros do ano.
Como observar os meteoros?
Não precisa de muito para visualizar o fenômeno: ele poderá ser visto a olho nu. O ideal é procurar um lugar escuro, longe da poluição luminosa das cidades e com o horizonte livre, sem edifícios, árvores e morros. É preciso esperar por alguns minutos até que os olhos adaptem a vista ao local.
O professor de Física Marcelo Girardi Schappo, coordenador do projeto de Observações Astronômicas e Tópicos de Física Moderna do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), explica que, em alguns períodos do ano, a Terra passa por regiões que coincidem com órbitas de cometas e asteroides. Essas órbitas são sujas, repletas de detritos que se soltam do astro principal e pegam fogo ao entrarem na atmosfera terrestre.
— A interação dessas rochas em alta velocidade e em atrito com a nossa atmosfera faz com que a rocha incinere e forme aquele traço brilhante. É o que forma a chuva de meteoro. O meteoro não é a rocha, mas o efeito atmosférico — explica.
Segundo o professor, nos próximos dias ocorrerá uma das maiores chuvas de meteoros do ano, as Geminídeas, por virem da constelação de Gêmeos. A taxa de visualização dela pode chegar a mais de 100 meteoros por hora. Por isso, pesquisadores do projeto Astro&Física do IFSC irão observar o fenômeno na praia do Novo Campeche, em um evento aberto ao público. No entanto, qualquer pessoa pode ver as estrelas cadentes desde que siga as orientações de Schappo.