Um dos apontados como líderes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, foi encontrado e preso pela Polícia Rodoviária Federal na BR-290, em Rosário do Sul, na noite de sexta-feira (8). Os agentes desconfiaram da rota de um veículo que buscava desviar de postos policiais e realizaram a abordagem do carro, com placas do Distrito Federal.
O veículo era conduzido por um uruguaio, acompanhado de um brasileiro de 46 anos, natural de Cuiabá. Em consulta ao nome, os policiais confirmaram que se tratava de um foragido, com prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O nome não foi divulgado, mas Zero Hora apurou que se trata de Rubem Abdalla Barroso Júnior, que ficou conhecido como chefe da "máfia do pix", que financiava os acampados em frente aos quartéis.
Conforme as investigações, ele era responsável por arrecadar recursos para manter a alimentação dos acampados. Chegou a ser preso em flagrante no dia 8 de janeiro, mas foi solto. Aos policiais, disse que estava se escondendo no Uruguai e que retornou ao Brasil apenas para comprar uma geladeira.
O mandado de prisão foi expedido em 3 de outubro por Alexandre de Moraes, que escreveu: "de fato, RUBEM ABDALLA não poderia ter sido posto em liberdade. Diante das informações encaminhadas pela Polícia Federal e pelos mesmos fundamentos das decisões proferidas em 23/1/2023 e 3/4/2023, EXPEÇA-SE NOVO MANDADO DE PRISÃO".
Moraes também determinou que Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal explicassem por qual motivo ele foi solto, mesmo com prisão decretada pelo STF.
O mandado de prisão cita onze crimes, entre eles: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, ameaça violenta ao livre exercício dos poderes da União, terrorismo, dano qualificado e associação criminosa.
O preso foi encaminhado à delegacia de Polícia e depois levado ao presídio de Rosário do Sul. Ele não apresentou advogado até o momento.