As primeiras horas de investigação sobre a morte de uma mulher, encontrada carbonizada no parque da Redenção, em Porto Alegre, indicam que ela ingressou no local sozinha. O corpo foi encontrado no início da manhã, junto de árvores, nas proximidades da Avenida João Pessoa. Segundo a Polícia Civil, ainda que o caso tenha sido inicialmente tratado como homicídio, ao longo deste sábado (26), as diligências reforçaram outra hipótese: a de que se trate de suicídio.
— No momento em que foi encontrado o corpo, não foi descartada nenhuma linha. Ainda permanecemos com as linhas abertas. Mas a de suicídio está fortalecida. Ainda aguardamos algumas perícias serem finalizadas — afirma o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ao longo do sábado, a polícia obteve, por exemplo, registros de imagens que indicam que a mulher ingressou no parque sozinha, carregando algo que parece ser um recipiente. A suspeita é de que dentro dele estivesse o combustível. Exceto este momento em que ela chega ao local, a polícia não identificou nenhuma outra movimentação de pessoa no horário em que teria ocorrido a morte.
— Essa senhora entrou no parque sozinha durante a noite e não retornou mais. E também foi verificado, pelas diligências apuradas, que não havia outras pessoas ali num espaço de horas, que tenham entrado com ela, depois dela, ou saído em seguida. Ela permaneceu lá, sem aparente movimentação de uma segunda pessoa — diz o delegado.
Ainda que a identificação formal dependa da confirmação do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a polícia suspeita que a vítima seja uma moradora do bairro Bom Fim, por meio de relatos de familiares. Segundo a investigação, ela tinha histórico de depressão e de tentativas anteriores de suicídio e desapareceu na noite de sexta-feira (25). Também conforme a polícia, a mulher não tinha registro criminal.
Causa da morte
Ainda pela manhã, a polícia informou que era investigada a hipótese de crime sexual. No entanto, a perícia preliminar não constatou esse tipo de crime até o momento. As vestes da mulher teriam sido queimadas pelo incêndio. Ainda assim, todas as hipóteses continuam apuradas.
A perícia também deve apontar a causa da morte, mas não foram constatados outros sinais de violências, como perfurações. A suspeita é de que ela tenha morrido carbonizada.
— Duas diligências muito importantes realizadas até o momento reforçam essa hipótese. Ela ter entrado sozinha no parque e ter feito a compra de combustível num local muito próximo do bairro. A pessoa que aparece entrando no parque possui a mesma compleição física desta mulher, que temos a identificação preliminar, e que possui esse histórico — diz Souza.
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.