A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames periciais para identificar a substância que causou as mortes das gêmeas Manoela e Antônia Pereira, de seis anos, em Igrejinha, no Vale do Paranhana. As irmãs morreram em um intervalo de oito dias por envenenamento. A principal suspeita é a mãe das meninas, Gisele Beatriz Dias, 42 anos, que segue presa no Centro de Custódia Hospitalar de Charqueadas.
Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), ainda há exames em andamento e os laudos só começam a ser elaborados após a conclusão desses exames. O delegado Ivanir Caliari, titular da DP de Igrejinha pontua que a prioridade da polícia é definir o que provocou as mortes das gêmeas.
— Estamos aguardando os exames laboratoriais do IGP para definir se e qual substância causou as mortes. A grande questão é, fundamentalmente, definir o que causou a morte das meninas — frisa o delegado.
A polícia também aguarda a análise do conteúdo dos quatro aparelhos celulares pertencentes aos pais das crianças. Conforme o delegado, a prisão temporária da mãe das crianças é válida até o dia 15 de novembro. Contudo, há a possibilidade de prorrogação por mais 30 dias devido à complexidade do caso.
A prisão temporária da mãe das meninas foi decretada pela Justiça, a pedido da Polícia Civil, no dia 16 de outubro. Ela foi levada para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. No dia 18, a Justiça decidiu transferi-la para internação psiquiátrica em Charqueadas, onde permanece.
Longe da família
Segundo a polícia, Manoela e Antônia estiveram separadas da família por alguns períodos. Um deles ocorreu em 2022, quando a mãe as deixou na casa de uma madrinha, quando ainda moravam em Santa Maria, para tratar de uma tuberculose. Essa madrinha as levou para um orfanato.
Depois, foram para um orfanato em Taquara, no Vale do Paranhana. Nesse período, os pais das garotas estavam separados. Na mesma cidade, foram levadas para a casa do avô materno, onde permaneceram por cerca de oito meses. Por ordem judicial, voltaram a viver com o pai.
Em 2023, a mulher denunciou o pai por suposto abuso sexual contra as filhas e conseguiu a guarda delas. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso, mas terminou sem indiciamento. Na perícia, foi constatado que as crianças eram induzidas a acusar o pai. Após sua prisão, a mulher confessou em depoimento ter inventado o abuso para ficar com a guarda das crianças.
Em abril do ano passado, após a comprovação da inocência do pai, o casal reatou o casamento e permaneceu junto até as mortes das meninas.
Além das gêmeas, o casal teve mais dois filhos. O mais velho, Michel Persival Pereira Júnior, morreu assassinado em novembro de 2022, aos 22 anos. A filha do meio, de 19 anos, ainda reside na Região Central.
Sobre o caso
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte das gêmeas Manoela e Antônia, de seis anos, em Igrejinha, no Vale do Paranhana, no intervalo de oito dias.
Manoela morreu no dia 7 de outubro, e Antônia, na terça-feira (15). Elas moravam com os pais no bairro Morada Verde, no loteamento Jasmim.
A mãe das meninas teve a prisão temporária decretada pela Justiça, a pedido da Polícia Civil, na manhã da quarta-feira (16). A suspeita é de que ela tenha matado as filhas com o uso de algum medicamento ou veneno para atingir o marido. Somente o laudo pericial poderá confirmar a causa das mortes.