A Polícia Civil confirmou na manhã desta quarta-feira (16) que prendeu a mãe das gêmeas de seis anos que morreram com um intervalo de oito dias em Igrejinha, no Vale do Paranhana. Conforme o delegado Cleber Lima, a suspeita é de que a mulher tenha assassinado as filhas, identificadas como Antonia e Manoela.
— A investigação já mostra que pode ter havido ali um homicídio. No entanto, peço a cautela necessária, pois precisamos um suporte probatório robusto — disse Lima ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha (veja o vídeo abaixo).
Uma das meninas morreu no último dia 7 e a outra na terça-feira (15). Elas moravam com os pais no bairro Morada Verde, no loteamento Jasmim.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, que atendeu as duas ocorrências, as irmãs apresentavam quadros semelhantes e sintomas de parada cardiorrespiratória.
— Inicialmente, por serem gêmeas univitelinas, poderia se tratar de um problema congênito. Mas o trabalho da polícia é pensar de uma forma diversa — afirmou Lima.
No último dia 7, os bombeiros chegaram ao local e encontraram uma das meninas já sem vida. O pai preferiu ele mesmo conduzir a filha até o Hospital Bom Pastor. Ele prestou depoimento à polícia e o delegado informou que o homem ainda não é investigado pela corporação.
Já na terça-feira, por volta das 10h30min, os bombeiros foram acionados. Ao chegarem ao local, encontraram a outra menina deitada, mas ainda com vida. Ela recebeu os atendimentos iniciais e foi levada ao hospital, onde o óbito foi constatado.
Laudos do Instituto-Geral de Perícias apontarão as causas das mortes das gêmeas. O órgão informou que, por ora, não há previsão de divulgação, pois os exames ainda estão em andamento.
Conselho investiga
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comudica) de Igrejinha afirmou, em nota, que tomou conhecimento do caso e vai "averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes". Leia a íntegra abaixo:
"O COMUDICA, formado por representantes da sociedade civil e do Executivo, atua constantemente e de forma ativa na defesa dos interesses das crianças e adolescentes e no cumprimento da lei.
Informamos que não recebemos denúncias ou relatos de maus tratos envolvendo as gêmeas que faleceram, tampouco recebemos informações de falta de atuação do conselho tutelar ou da rede em acompanhamento deste caso em especifico, que pudesse gerar a abertura de sindicância ou PAD por parte do COMUDICA.
Tomamos conhecimento da situação pela imprensa e vamos averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes, nos termos da lei, pois não toleramos qualquer violação de direitos.
Nos solidarizamos com a comunidade enlutada pelo falecimento precoce das crianças.
Confiamos nos trabalhos da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, que estão atuando nas investigações pertinentes, e estamos sempre atuando junto com a comunidade para que a lei seja cumprida.
COMUDICA
15 de outubro de 2024"