A guarda provisória do menino de três anos que foi abandonado pelo pai dentro de um ônibus entre Porto Alegre e Gramado foi repassada ao avô paterno. A decisão da Justiça ocorreu nesta quinta-feira (24), após o homem ter solicitado a guarda do neto.
Conforme a juíza Gabriela Irigon Pereira, os pais não têm condições de proteger e administrar os direitos da criança. O avô procurou atendimento no projeto Justiça Itinerante, que estava no bairro Belém Novo, na zona sul da Capital.
— A parentalidade está comprovada pela documentação anexada ao pedido, e a situação de vulnerabilidade da criança exige cuidados e alimentação especiais, tornando urgente a concessão desta medida — afirmou a juíza.
O menino de três anos foi abandonado em um ônibus intermunicipal que seguia de Porto Alegre a Gramado na terça (22). Ele sofre de Síndrome de Apert, condição rara que causa formações atípicas no corpo, e faz uso de sonda para alimentação.
Na ocasião, o pai da criança desembarcou em Três Coroas, no Vale do Paranhana, e deixou o filho sozinho. Ao perceber a criança abandonada, os ocupantes do ônibus acionaram os bombeiros e a Brigada Militar.
Em depoimento à polícia, o homem confessou que abandonou o filho porque não teria condições de criá-lo e disse que o deixou para tratar a dependência química.
O pai está preso de forma preventiva. A mãe ainda não foi localizada pela polícia.
A justiça também determinou o bloqueio do cartão de benefícios em nome da criança, que tinha a mãe como responsável. Foi solicitado um novo cartão para o avô.