Passam poucos minutos das 7h e o silêncio do amanhecer do 20 de setembro irrompe ao estrondo de um intenso tiroteio. Os estampidos ecoam do apartamento 201, do prédio número 1.178 da Avenida Santa Cruz, área central de Santa Rosa, na Fronteira Oeste. Para a Polícia Civil, trata-se de episódio da guerra entre facções, que está sendo investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.
Conforme apuração da Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar e do Instituto-Geral de Perícias (IGP), ao menos três atiradores chegaram ao apartamento, fortemente armados e equipados com coletes balísticos e radiocomunicadores. Chegaram disparando. Os sinais de violência do ataque estão estampados em dezenas de marcas de tiros sobre a mobília e nas paredes.
A situação estaria sendo monitorada pelos rivais, que estavam de prontidão. O ataque, segundo autoridades, deixou três integrantes do grupo que estava dentro do apartamento mortos. Além deles, um dos membros da quadrilha que chegou atirando também morreu no confronto.
Dois são presos
Depois do tiroteio, brigadianos localizaram dois homens baleados. Um deles foi achado na rua. O outro, ao buscar socorro médico numa instituição de saúde. Segundo a investigação, seriam sobreviventes do tiroteio. Os dois foram atendidos e presos em flagrante.
Diversas armas, cápsulas deflagradas, munição intacta, coletes e aparelhos de comunicação foram apreendidos e serão periciados. Carros e outros objetos também foram recolhidos pelos investigadores.
Os nomes dos mortos e dos presos não estão sendo divulgados.
A polícia indica que as facções envolvidas seriam as mesmas que rivalizam atividades criminosas com bases em Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale do Sinos.
Tomada de bocas
As apurações preliminares dão conta de que o episódio violento decorre da soltura de um líder de facção, que, ao retornar a Santa Rosa, teria declarado guerra a rivais, ordenando a tomada de pontos de tráfico.
Ao evidenciarem a presença e os planos desta liderança, chefes do grupo rival armaram postos de resistência aos possíveis ataques. Os nomes das lideranças apontadas pelas autoridades são preservados para não prejudicar as apurações.
De acordo com informações preliminares, estes líderes do tráfico não estariam entre os mortos e feridos no tiroteio.