O assassinato do intérprete de samba da Vila Mapa, que gerou grande comoção na comunidade carnavalesca de Porto Alegre, teve, segundo a Polícia Civil, o tráfico de drogas como pano de fundo. Daniel da Silva Mença, o Doug, 45 anos, foi morto a tiros na noite de 25 de junho, dentro de seu carro, na Lomba do Pinheiro. A investigação sobre o crime avançava em sigilo até agora.
O delegado Gabriel Borges, que assumiu recentemente a 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, revelou a Zero Hora que, segundo as investigações, o homicídio teria relação com o crime organizado.
Após a morte, familiares de Doug relataram que ele não possuía envolvimento com criminosos, mas a polícia afirma ter encontrado evidências que indicam o oposto.
— A vítima tinha relação com o tráfico de drogas, estava envolvida sim com a venda de drogas. E essa inclusive foi a motivação do crime — diz o delegado Borges.
— Ele acabou vendendo ou fornecendo entorpecentes na área de um grupo rival e foi isso que motivou a execução dele — acrescenta.
De acordo com o delegado, pelo menos um dos autores do crime já foi identificado, mas ainda há mais diligências que precisam ser realizadas para o encerramento do inquérito.
A reportagem tenta contato com a família de Doug para comentar as conclusões da polícia. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
O crime aconteceu por volta das 21h no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste. Daniel trabalhava como motorista de aplicativo e estava dentro de um carro Honda Fit quando foi baleado. Testemunhas relataram a policiais que três homens teriam efetuado disparos e, posteriormente, fugido.
Intérprete da Unidos da Vila Mapa, Doug era uma das vozes do Carnaval de Porto Alegre e participava também de bandas de pagode, como o grupo Insano. Ele morou grande parte da vida na Lomba do Pinheiro, onde foi assassinado.
* Produção: Camila Mendes