Um novo golpe vem lesando brasileiros que realizam compras internacionais. Criminosos enviam mensagens via SMS para o consumidor, em nome dos Correios, alegando que a encomenda está retida na alfândega e precisa do pagamento de uma "taxa" para ser liberada.
Ao realizar o saldo, hospedado em uma página falsa, o comprador se torna vítima do chamado "Golpe do SMS dos Correios".
Em contato com a reportagem, a estatal e a Receita Federal informaram que não mandam cobranças de eventuais taxas por mensagens ou e-mail.
Como saber se é golpe ou não?
Segundo os Correios, caso a pessoa esteja em dúvida se a mensagem é verdadeira ou falsa, é possível verificar o status da encomenda por meio do serviço de rastreamento do objeto, disponível na página inicial do site da estatal (correios.com.br). Lá, é preciso preencher o código da encomenda, que é informado pela plataforma na qual a venda foi efetuada.
Também é possível ver se a encomenda foi taxa pelo portal “Minhas Importações”, disponível no site dos Correios. É neste portal também que os eventuais pagamentos de encargos são cobrados.
Ainda não se sabe como os golpistas conseguem o telefone dos compradores para enviar as mensagens.
Como funciona o golpe
- O consumidor recebe um SMS em nome dos Correios, informando que uma encomenda feita por ele foi taxada ou até mesmo barrada pela fiscalização alfandegária.
- A mensagem exibe um link para que o comprador efetue um pagamento para, supostamente, liberar o item.
- Esse link redireciona o consumidor para um site falso, idêntico ao dos Correios, mas com endereço diferente ao portal oficial da estatal.
- Em seguida, são requeridas as informações pessoais da vítima para a efetivação do pagamento. A "taxa" precisa ser paga via Pix.
- Na página de rastreamento falsa, o número de rastreio exibido normalmente aparece como NC 297 741 365 BR.
- Usuários relatam que o link falso também não apresenta as abas "ouvidoria", "central de atendimento" e "registro de manifestações".
Alerta para fraudes
Nas redes sociais, os Correios já haviam alertado para um golpe similar, que cobra taxas para entrega de encomendas pelo WhatsApp.
"Recebeu mensagem dos Correios no WhatsApp para pagar uma taxa de entrega? Não clique em nenhum link e entre em contato com nossos canais oficiais de atendimento", recomenda a estatal em publicação no Instagram.
Fique atento
Esse tipo de golpe é chamado, na área de cibersegurança, de phishing.
— É utilizado normalmente para roubar dados de usuários ou, em alguns casos, para subtrair valores. Os golpistas forjam e-mails e mensagens para parecer que a organização em questão está mandando. O golpe algo que desperte a curiosidade do usuário. Nesse caso, a preocupação se a compra está retida — explica o professor Jéferson Campos Nobre, do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O especialista elenca também algumas dicas para se precaver contra esse tipo de golpe. Não clicar em links suspeitos ou recebidos por remetentes desconhecidos, não enviar senhas, números de confirmação ou quaisquer informações pessoais quando não se tem certeza do destinatário e verificar solicitações por meio dos canais oficiais da entidade que teria enviado a mensagem são algumas delas.
Outros cuidados
- Opte por verificar o status da encomenda no site oficial dos Correios (correios.com.br), na caixa no canto esquerdo da tela que diz "acompanhe seu objeto".
- Verifique se o código de rastreio exibido na página é o mesmo informado pela plataforma na qual as compras foram realizadas.
- Desconfie de cobranças enviadas via SMS ou WhatsApp. Os Correios não cobram taxas por meio desses canais.
- Em caso de dúvidas, também é possível confirmar eventuais informações ou cobranças pela Central do Atendimento dos Correios. A central funciona pelos telefones 3003-0100 e 0800-725-0100, além do site correios.com.br/falecomoscorreios/central-de-atendimento.