Uma mensagem de WhatsApp enviada por engano se tornou uma das principais provas no inquérito que trata do assassinato de um professor aposentado em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Raul Roberto Plentz, 74 anos, foi encontrado morto dentro de casa, no bairro Lomba Grande, no último sábado (20). O principal suspeito foi preso dois dias depois do crime.
Peça crucial para a identificação do homem de 54 anos, que trabalhava como jardineiro para a vítima, uma fotografia transmitida pelo aplicativo de mensagens a uma prima do idoso ajudou a investigação a confirmar a participação do suspeito no crime, tratado desde o início pela tratado desde o início pela Polícia Civil como latrocínio (roubo com morte). O celular da vítima e uma quantia de dinheiro foram levados na ação. E a imagem em questão mostrava justamente um maço de dinheiro sobre uma mesa coberta por uma toalha. No entendimento dos investigadores, o suspeito não sabia manusear o aparelho roubado e acabou tirando uma foto sem querer e mandando para a familiar do professor.
— Ficamos sabendo por uma vizinha moradora da rua dele que uma prima teria recebido essa imagem. Essa vizinha comentou com a gente porque achou que poderia ser uma coisa importante — disse a delegada Marina Goltz, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo.
Com a imagem em mãos, no domingo (21), os agentes da 2ª DP foram de porta em porta em busca de informações. Quando chegaram ao endereço do suspeito, viram a mesma toalha sobre a mesa.
— Antes de ter ele como suspeito, o ouvimos como testemunha. Ele comentou que ficou sabendo através de uma vizinha, sábado à tarde, o que havia acontecido. Disse estar bastante surpreso — relatou a delegada.
O caso veio à tona no sábado pela manhã, quando o motorista responsável por levar o idoso para as sessões de hemodiálise chegou até o endereço do professor, não foi atendido e acionou a Brigada Militar. Ao entrarem na residência, os policiais depararam com o corpo amarrado, amordaçado, com sinais de asfixia e ferimentos de facadas no peito. Segundo a perícia, o estado do cadáver indicava que o crime teria ocorrido, provavelmente, 12 horas antes.
Imagens de câmeras de segurança foram analisadas e revelaram o mesmo homem caminhando em direção à residência de Raul pouco antes das 19h de sexta-feira (19) e voltando perto de 21h30min da mesma noite. Ao cumprirem mandado de busca na casa dele, apreenderam a mesma toalha de mesa que aparecia na foto enviada por engano. O celular e a quantia de dinheiro levados não foram encontrados pelos policiais.
— Quando ele foi preso, ficou em silêncio — relatou a delegada.
Investigação não descarta outros envolvidos
Conforme a Polícia Civil, não está descartado o envolvimento de outras pessoas no crime. Mais testemunhas devem ser ouvidas e imagens de câmeras analisadas nos próximos dias.
O preso já se encontra no sistema prisional. Por se tratar de um crime hediondo, a prisão temporária, válida por 30 dias, pode ser prorrogada por mais 30 dias. Ainda assim, a Polícia Civil destaca que deverá pedir, nos próximos dias, a conversão para prisão preventiva.
Informações relacionadas ao caso podem ser enviadas de forma anônima para o número disponibilizado pela delegacia para contato: (51) 98681-8715 (WhatsApp).