No bairro Santa Cruz, em Gravataí, na Região Metropolitana, Junior Ribeiro e a esposa recebiam visitas frequentes da irmã dele, Ritieli Ribeiro. Ultimamente, ela estava mais animada do que o habitual, e isso se devia ao início de um relacionamento amoroso.
Durante uma das últimas visitas de Ritieli, a jovem, de 22 anos, contou ao irmão e à cunhada que havia ganhado presentes do novo namorado – algumas peças de roupa que ela muito queria.
Junior estava feliz pela irmã, mas a alegria logo deu lugar ao luto. Após uma semana de relacionamento, o corpo de Ritieli foi encontrado carbonizado e esquartejado em uma rua do bairro Santa Cruz.
Um dia depois, em 16 de fevereiro, o namorado confessou à polícia que colocou fogo no corpo da companheira, e foi preso. Segundo a Polícia Civil, o suspeito – cujo nome não foi divulgado – alega que a namorada teria morrido em decorrência de uma overdose de drogas e que ele ateou fogo ao corpo depois, mas o caso é tratado como feminicídio.
A investigação está sendo feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gravataí. A prisão em flagrante do homem foi convertida em preventiva, ou seja, ele deverá ficar preso durante a investigação e o processo, a menos que surja nova decisão.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) ainda não confirmou oficialmente a identidade do corpo. Mas, o irmão da vítima, confirmou que a reconheceu a partir de seus cabelos e roupas.
Segundo a Polícia Civil, a carbonização e o estado de conservação do corpo prejudicam sua identificação oficial, que será realizada por meio de exame de DNA.
Balanço
Os casos de feminicídio registram ligeira elevação em 2024 no RS. Seis mulheres já foram vítimas deste tipo de crime no Estado neste mês. É o mesmo número que foi registrado durante todo mês de fevereiro do ano passado.
Já em janeiro de 2024, foram registrados 12 casos, um a mais do que no mesmo mês de 2023, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190
- Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia Civil
- Se a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
- Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
- As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
Delegacia Online
- É possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.
Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180
- Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A Central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556
- Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública, na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
- Espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.
*Produção: Camila Mendes