Apaixonado pelo Sport Club Internacional e considerado amigo fiel e prestativo, Fabio Panyagua Borges foi sepultado na manhã desta sexta-feira (27), diante da homenagem de dezenas de colegas de torcida organizada. O colorado de 39 anos foi assassinado no início da madrugada de quinta (26), na Avenida 17 de Abril, no bairro Guajuviras, em Canoas.
— Era muito amado por todos. Tinha vocação para fazer o bem. Era um cara sempre pronto para ajudar o próximo — define um dos irmãos de Fabio, Edis Borges Junior, 28 anos.
Fabio era o do meio entre os cinco filhos de Edis, que morreu há cerca de duas semanas, e Maria Helena, que estava inconsolável ao lado do caixão. Junior é o segundo mais novo.
O auxiliar de enfermagem conta que a família se estabeleceu há 46 anos no bairro Guajuviras e jamais sofreu com episódios de violência até a morte do irmão.
Junior diz que a família não consegue entender como uma pessoa que não cultivava inimizades pode ter sido alvo de um crime.
— Só temos amizades aqui. O Fabio tinha um jeito bem-humorado que conquistava as pessoas. Divertia quem estava perto dele com as brincadeiras que fazia. Estamos arrasados e perplexos — pontua Junior.
Era perto de 0h30min quando Fabio caminhava, ao lado de amigos, pela avenida onde está situado o comércio popular do bairro de Canoas. Uma gravação de vídeo mostra a aproximação de dois homens vestidos com capuz. Eles atiram várias vezes contra a vítima, deixando na calçada mais de uma dezena de estojos de pistolas 9mm e calibre .40
Despedida
Na manhã desta sexta, era possível perceber a comoção entre as dezenas de pessoas que compareceram à despedida ao torcedor colorado. Com camisetas das organizadas do Inter, bandeiras, instrumentos de percussão e cantos de arquibancada, prestaram sua homenagem à família.
Houve salva de palmas por mais de uma ocasião e queima de fogos de artifício. Era o jeito que Fabio, chamado pelos colegas de Fabinho, costumava celebrar antes e depois dos jogos de seu time do coração.
Sobre a urna mortuária, uma bandeira vermelha e branca simbolizava sua conexão com o time colorado. Antes do sepultamento, vozes entoaram o hino do Inter, entre lágrimas e aplausos.
O caso ainda está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Canoas.