A delegada Luiza Sousa, titular da delegacia da Polícia Civil de Ivorá, na Região Central, indiciou por latrocínio dois irmãos que foram presos em flagrante pela morte de uma mulher durante um assalto no município. O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de setembro dentro da casa de Marta Maria Boessio Marchesan, de 56 anos. Ela foi assassinada com 11 facadas. Os dois suspeitos, de 20 e 25 anos, foram presos em flagrante ainda na manhã daquele mesmo dia em Santa Maria. Os dois municípios ficam distantes cerca de 50 quilômetros.
A dupla levou da casa da mulher o celular e o carro dela, um Gol de cor branca. Os irmãos foram localizados no local chamado de Beco da Babilônia, conhecido pelo tráfico de drogas. Os policiais civis receberam a informação de que ambos falavam que haviam matado uma mulher em Ivorá. No entanto, até aquele momento, não havia confirmação de morte no município. A situação só foi confirmada por volta do meio-dia, quando uma pessoa das relações da vítima que não conseguia contato com ela foi até a residência e percebeu sinais de arrombamento. Ela chamou a polícia e o corpo foi encontrado.
Com os irmãos foi encontrada a chave do veículo. O celular já havia sido revendido para um homem, que entregou aos policiais alegando não saber que o aparelho era roubado. O carro foi localizado no Loteamento Cipriano da Rocha, no bairro Parque Pinheiro Machado. No local também foi encontrada, em um bueiro, a faca utilizada para matar a vítima.
Os dois, que já tinham antecedentes policiais, foram encaminhados à Penitenciária Estadual de Santa Maria.
"Eles queriam a barbárie"
Ainda muito abalados com a crueldade do crime que tirou a vida de Marta, familiares da vítima falaram com a reportagem de GZH. Eles pediram para não serem identificados. Para eles, além do roubo, os indiciados tinham mesmo a intenção de causar sofrimento.
— Eles não queriam só o roubo, porque o carro estava fora da garagem, estava na rua. Era só pegar e levar. Eles queriam a barbárie. Eles foram buscar a barbárie — dizem.
Ivorá tem cerca de 1,9 mil habitantes. Conforme os familiares de Marta, a comunidade está muito assustada com o crime:
— O que aconteceu com ela pode acontecer com qualquer um. Isso que deixa todo mundo muito assustado. Se tivesse algum motivo, mas não tinha nenhum motivo. É uma comunidade pacata, onde ninguém nunca viveu isso, onde isso nunca existiu e nem nos piores pesadelos isso se passava. É uma barbárie, um cenário dos piores filmes.
Os familiares celebram a prisão e o indiciamento dos suspeitos, mas esperam pelo desfecho na Justiça:
— O que tanto a minha família quanto a comunidade daqui esperam é que esses caras sejam realmente punidos. A Marta não volta mais, o filho não vai ter mãe, a mãe não vai mais ter a filha, mas outras famílias poderão não passar por isso.
Marta tinha um filho de 10 anos, que mora com tias. E tinha como vizinha a sua mãe, de 97 anos.