A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar (BM), realiza a Operação Impetum nesta quarta-feira (2) na Região Metropolitana e no Vale do Sinos contra homicídios e o crime organizado. O objetivo é buscar mais provas e localizar comparsas de um executor que agia para uma facção que atua no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Pelo menos oito pessoas foram presas, cinco em Porto Alegre e uma em Gravataí. Os policiais também apreenderam quatro armas, munições, telefones celulares e câmeras de vigilância.
O criminoso foi morto no dia 19 de julho deste ano, após ter entrado em confronto com agentes do Departamento de Homicídios na Rua Francisco Galecki. Na ocasião, durante a troca de tiros, ele acertou uma viatura, três carros e residências. Nenhuma outra pessoa ficou ferida. O homem morto e pelo menos um outro integrante da facção, que já foi identificado, estariam envolvidos, juntos, em quatro assassinatos neste ano.
No dia do confronto, o titular da 3ª Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Thiago Zaidan, já estava procurando o suspeito justamente por ele estar, segundo apuração, envolvido em assassinatos na região. Na época, havia um mandado de prisão preventiva contra ele. Mais 27 ordens judiciais são cumpridas hoje:25 de busca, todas em localidades onde estão prováveis comparsas do criminoso morto, e duas de prisão preventiva.
Zaidan destaca que o principal alvo desta quarta seria um segundo executor da facção que atuava junto com o homem que atirou contra os policiais no mês passado. Além de Porto Alegre, os mandados estão sendo cumpridos em Alvorada, Gravataí e Nova Santa Rita, além de Estância Velha, no Vale do Sinos. Ao todo, cerca de 160 agentes participam da ação.
— Nosso objetivo é responsabilizar o crime organizado pelos atos contra os policiais civis. Mas, mais do que isso. Além de combater homicídios em si, reprimir este tipo de ação que colocou em risco várias pessoas. O criminoso atirou contra os agentes em uma rua movimentada do bairro Rubem Berta. Foi por volta de 16h. E ainda tentou se esconder de nós dentro de um mercado — explica Zaidan.
Segundo o delegado, a rápida ação dos policiais, foi crucial para evitar que algum morador ficasse ferido ou até mesmo virasse refém do homem armado. Isso porque ele tentou se esconder no mercado, colocando em risco funcionários e clientes, inclusive crianças. O fato foi comprovado por meio de imagens de câmeras de segurança.
Outro risco, durante o confronto, foi o fato de que o mercado fica praticamente ao lado de uma praça onde crianças estavam brincando. Zaidan diz que o criminoso foi baleado e conduzido para hospital, mas morreu a caminho dentro de uma ambulância. Ele foi identificado como Andrey Thomas Acosta, 32 anos. Ele tinha antecedentes por homicídio, ameaça, lesão corporal e receptação.
O diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza, que participa da operação, diz que outro objetivo do cumprimento de mandados nesta quarta é buscar provas para elucidar pelo menos quatro assassinatos. Segundo ele, o homem morto em confronto e o comparsa com prisão preventiva decretada estariam envolvidos em quatro execuções a mando do líder da facção que atua no bairro Rubem Berta. As vítimas seriam desafetos do mesmo grupo e rivais de outra organização criminosa.
Conforme Souza, o suspeito alvo da ação – que não teve o nome divulgado – possui passagem pela polícia por dois homicídios qualificados e roubo majorado. O delegado ainda ressalta que a investigação irá continuar para apurar a responsabilidade dos líderes do grupo criminoso.
— Além das mortes, buscamos provas contra todos que deverão ser punidos com novos mandados de prisão atribuídos a eles, além de delitos como lavagem de dinheiro. Se estiverem presos, serão alvo de revistas em presídios e transferências por terem autorizado tal ato contra policiais civis que colocaram em risco moradores de um bairro da Capital — alerta Souza.