O julgamento da mulher acusada de matar o filho recém-nascido e jogar o corpo no lixo em 2017, em Tramandaí, no Litoral Norte, ocorre nesta quinta-feira (1º). Mariele Gomes Ferreira, 34 anos, teria escondido a gravidez e matado o filho logo após dar à luz no banheiro de casa.
A sessão se iniciou às 9h no Fórum de Tramandaí. A previsão é de que, ao longo do dia, sejam ouvidas quatro testemunhas, sendo três de acusação e uma de defesa. Após, deve ser realizado o interrogatório da ré, que responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Ela aguardava o julgamento em liberdade.
Depois de ouvi-la, está previsto o início dos debates. O Ministério Público e a defesa terão uma hora e meia cada para se manifestarem. Se tiver réplica e tréplica, o tempo será de uma hora para cada. A previsão é de o júri seja encerrado na noite desta quinta.
A acusação em plenário é feita pelos promotores de Justiça André Luiz Tarouco Pinto e Karine Camargo Teixeira.
A defesa da ré é feita pela Defensoria Pública. Conforme o órgão, como o caso corre em segredo de Justiça, a manifestação se dará somente nos autos.
A denúncia
Mariele teria utilizado cintas, calças com extensão abdominal e protetores de seios para esconder a gravidez do companheiro e dos familiares. Segundo a denúncia do Ministério Público, por volta das das 23h de 11 de junho de 2017, ela entrou em trabalho de parto no banheiro do andar de baixo da residência onde morava com o companheiro e outros familiares, na zona nova de Tramandaí. No local, ela teria dado à luz ao filho.
Para esconder o barulho do choro do bebê, ela teria ligado simultaneamente o secador de cabelos e o chuveiro. Em seguida ela teria asfixiado e matado o recém-nascido, enfiando uma bucha de papel na sua boca.
Segundo a denúncia, o bebê e a placenta foram colocados em sacola plástica e deixados no armário do banheiro. No dia seguinte, por volta das 13h30min, ela teria jogado a sacola em uma lixeira na Avenida Rubem Berta, em Tramandaí.
Foi um trabalhador de reciclagem quem encontrou o bebê em meio ao lixo e acionou a Brigada Militar.
O Ministério Público acusou a mulher de ter agido mediante asfixia e por motivo torpe, pois a intenção da ré era não estabelecer qualquer vínculo afetivo com o filho.