O Instituto Geral de Perícia (IGP) já identificou as vítimas da chacina que vitimou cinco pessoas na Vila São Borja, no bairro Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre, na noite do último domingo (14). As identidades dos mortos no ataque a tiros, contudo, não foram divulgadas.
Passadas 36 horas da ação que deixou ainda outras cinco pessoas feridas, a Polícia Civil avança na investigação e a Brigada Militar trabalha para “restabelecer a ordem” na região. De acordo com o 20º Batalhão de Polícia Militar, há em curso uma série de medidas que conta com apoio de outros batalhões e integração direta com as forças de inteligência tanto da BM quanto da Polícia Civil.
Na manhã desta terça-feira (16), uma viatura e quatro soldados da Força Tática da BM estiveram no local da chacina. Além deles, outras equipes circulam e ocupam pontos estratégicos na região. A intenção é evitar revides ou novos ataques que levem risco a cidadãos.
— O dia e as horas seguintes foram de muita saturação de área, grande quantidade de efetivo e viaturas para restaurar a ordem pública, realizando abordagens, barreiras e preenchendo pontos de visibilidade. Estamos com efetivo fixo na região, além de outras guarnições que circulam pelo território — explica o comandante do 20º BPM, tenente-coronel Rafael Tiaraju.
Ainda não há prazo determinado para que a operação de segurança volte à rotina na região. Tiaraju explica que há avaliações constantes da situação e diz que percebe uma boa receptividade da população local às forças policiais neste momento.
— Às vezes, acham que a polícia vai a algum lugar para fiscalizar, multar, algo incômodo para a vida normal da comunidade, mas, nestes dias, vemos que as pessoas gostam que estejamos por perto — afirma o militar responsável pela área, que projeta: — Avaliamos diariamente se o policiamento ostensivo está nos locais corretos e se a retirada desta operação especial vai gerar um indício de novo ataque. Nestes primeiros dias, somos ainda mais criteriosos, a tendência é permanecer.
Investigação ainda preliminar
De acordo com informações preliminares da Polícia Civil, todos os baleados na ação, entre mortos e feridos, têm envolvimento com tráfico ou são usuários de drogas que estariam no local para comprar as substâncias.
No ataque, os criminosos utilizaram dois veículos. Eles teriam descido dos carros, conversado rapidamente com as vítimas e começado a atirar em seguida. A suspeita é de que a ação tenha sido realizada por um grupo de quatro a oito homens, com o uso de pistolas nove milímetros, espingarda calibre 12 e até fuzil calibre 556.
A reportagem tentou contato com o delegado Tiago Zaidan, responsável pelo inquérito, mas não obteve retorno até o momento da publicação deste texto.