A Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (2) para identificar os envolvidos em dois roubos de cargas de medicamentos, aparelhos celulares e outras mercadorias de alto valor agregado. Durante as ofensivas, um homem foi preso em flagrante por receptação qualificada. Com ele, foram encontradas mil carteiras de cigarro.
De acordo com a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a chamada operação Air — referência às mercadorias, que chegam ao Estado por transporte aéreo — é um desdobramento de um crime ocorrido em fevereiro deste ano, em Canoas, na Região Metropolitana, e de outro de novembro de 2022, registrado no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre.
Em ambas as ocasiões, entre sete e 10 suspeitos teriam invadido as empresas, feito funcionários reféns e utilizado um caminhão para roubar as mercadorias. Segundo a polícia, os reféns foram, inclusive, amarrados e, alguns, obrigados a carregar o caminhão. Somadas, as cargas roubadas nas duas oportunidades têm valor estimado em, aproximadamente, R$ 1,5 milhão.
Suspeita-se que seja a mesma quadrilha envolvida nos dois crimes e que tenham recebido informações privilegiadas sobre o funcionamento das empresas.
Em um dos crimes, o carro de um funcionário também foi roubado. A polícia descobriu que o veículo estava envolvido na morte de uma liderança de organização criminosa no interior do Rio Grande do Sul. O fato teria resultado numa guerra de facções.
Conforme a delegada Isadora Galian, organizações criminosas usam o roubo de cargas para ter uma rápida capitalização. Com o dinheiro, compram armas e disputam novos pontos de vendas de drogas.
Ao todo, 27 policiais civis e 10 viaturas foram utilizadas nessa primeira fase da operação Air. As investigações seguem em sigilo.