O julgamento dos cinco réus acusados de matar o cacique Mig, de 57 anos, em março de 2017, em Ronda Alta, no norte do Estado, será retomado na manhã desta quarta-feira (8), no Fórum de Passo Fundo. Ainda não há previsão para o fim do júri.
O júri inicia às 8h30min com o interrogatório dos réus. Depois, ocorrem os debates entre Ministério Público Federal e as defesas, e por último, a votação dos quesitos pelos jurados.
Serão ouvidos os réus Izaias Tomaz, 50, apontado pelo MPF como mandante do crime; Moacir Tomaz, 62, e Lauri Gutteres de Carvalho, 53, acusados de serem os atiradores; Rogério Nascimento, 39, e , e Daniel de Oliveira, 40, apontados como informantes. Todos respondem por homicídio qualificado mediante pagamento de recompensa e emboscada.
Inicialmente, o júri tinha previsão de durar três dias, mas duas das cinco testemunhas arroladas pelo MPF foram dispensadas. Ao longo do primeiro dia, foram ouvidos dois policiais federais e o filho da vítima, na condição de informante.
Antônio José Mig Claudino foi morto a tiros em um bar no dia 20 de março de 2017, na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta.
De acordo com a acusação do MPF, Izaias promovia invasões para "forçar" a demarcação de terras reivindicadas. A vítima teria sido testemunha contra ele em outro processo e, após a condenação, Izaías teria "jurado" o cacique Mig de morte.
Contrapontos
O que diz a defesa de Izaías Tomaz, Moacir Tomaz e Rogério Nascimento:
Em nota, a advogada Andrea Caon Reolon Stobbe informou que "não há envolvimento dos indígenas no crime de homicídio, sendo que a prova produzida é suficiente para demonstrar a inocência desses denunciados". Ainda conforme a advogada, "a denúncia foi seletiva deixando 'os responsáveis na morte do cacique' fora do processo".
O que diz a defesa de Lauri Gutteres de Carvalho:
Segundo o advogado Érico Alves, "o trabalho será no sentido de analisar detalhadamente a prova e garantir a ampla defesa ao acusado". Ainda de acordo com ele, "não há provas robusta que possa confirmar a participação dele no então fato ocorrido com o cacique Antonio Mig."
A defesa de Daniel de Oliveira foi procurada e não respondeu à reportagem.