Um homem de 37 anos é procurado pela Polícia Civil em razão do assassinato da namorada, uma jovem de 20 anos, no último sábado (25), no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Buscas ao suspeito são realizadas desde as primeiras horas após o crime.
A Polícia Civil não divulgou o nome do suspeito, mas GZH apurou que ele se chama André Ávila Fonseca, conhecido nas redes sociais como Victor Samedi. O homem conta com mais de 34 mil seguidores em um perfil no Instagram e 10 mil em outro, se autointitula “mestre bruxo em necromancia” e diz ser especialista em “casos complicados e graves de saúde”, “destruição e vingança” e "quebra de demanda, quebra de feitiços”.
Segundo a Polícia Civil, no entanto, o homicídio não envolveu nenhum tipo de ritual. A suspeita é de que ele tenha usado uma espada e, depois, colocado o corpo da vítima na lareira, onde fez fogo. O caso é tratado como feminicídio.
— Não encontramos nada no local que levasse a crer em algum tipo de simbologia. É uma pessoa que criou uma religião e que atrai pessoas pelas redes sociais. Mas não encontramos nenhum elemento que aponte para um ritual na prática do crime — afirma a delegada Cristiane Ramos, da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Porto Alegre, responsável pela investigação.
Até o momento, a polícia apurou que o casal se conheceu por redes sociais e mantinha relacionamento a distância, já que a vítima morava no interior do Pará. Em meados de fevereiro, a jovem viajou para Porto Alegre. Ela tinha a volta marcada para o final de março.
A delegada informou que os relatos das famílias são de que o casal parecia se dar bem, mas que o suspeito “se torna agressivo quando faz uso de bebidas alcoólicas e medicações controladas”, e que “teria tomado muita cerveja na noite dos fatos”.
O homem era monitorado por tornozeleira eletrônica. Os agentes de segurança perderam o contato com o homem momentos antes do crime. A suspeita é de que o aparelho tenha sido rompido.
A tornozeleira eletrônica foi instalada no dia 9 de janeiro, após o homem ser condenado por uma tripla tentativa de homicídio, em 2007, e colocado em regime semiaberto. Na época, ele atirou contra três pessoas, sendo dois policiais militares. No ano passado, recebeu pena de seis anos de prisão.
Contraponto
A reportagem de GZH buscou o advogado Jean Maicon Krause, responsável pela defesa de André Ávila Fonseca. Em nota, Krause afirmou que seu cliente não praticou os atos da forma que vem sendo divulgada, negando qualquer motivação religiosa. O advogado ainda diz que está em contato com as autoridades para negociar a apresentação do indivíduo à delegacia.