As forças de segurança pública de Passo Fundo estão em alerta em relação ao crime de furto de veículos. Em janeiro de 2023 foram registrados 40 ocorrências. O número representa o pior início de ano desde 2016, quando a Polícia Civil teve 46 registros.
Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, em um período de dez anos, apenas 2013, 2015 e 2016 tiveram índices piores no mês de janeiro do que 2023. Nestes anos foram 61, 42 e 46 casos, respectivamente.
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo investiga os crimes. O delegado Diogo Ferreira destaca que os criminosos realizam os furtos por três motivos principais: locomoção, pedido de resgate e retirada de peças e acessórios para venda.
Peças e acessórios são visados
De acordo com as investigações, os criminosos têm furtado peças e acessórios de veículos para revenda. São rádios, estepes e, principalmente, baterias, já que elas têm um valor de revenda atrativo. Para carros de luxo, por exemplo, esta peça chega a ser vendida a mais de R$4 mil. O delegado da Draco explica como os bandidos agem:
— Na maioria das vezes o veículo é furtado, o criminoso vai para um lugar um pouco mais ermo, retira estas peças e abandona o veículo ali mesmo — explica.
Furtos após as festas
O delegado chama a atenção para uma prática que têm se tornado comum em Passo Fundo. Criminosos saem de boates e, em seguida, acabam praticando o crime.
— Muitos criminosos saem para ir a festas e às vezes não têm carona. Então eles furtam os veículos para ir para casa e acabam abandonando o carro num local próximo — explica.
Pedido de resgate
Os furtos de veículos também estão ligados a bandidos que executam algum crime e, em seguida, exigem resgate para devolver o bem. Segundo a Polícia Civil, a maioria dos veículos furtados não tinham seguro.
Ações de combate
Para frear o avanço da criminalidade, a Polícia Civil realiza ações de repressão em conjunto com a Brigada Militar. Entretanto as autoridades enfrentam dificuldades.
— O furto acaba dificultando porque não têm testemunhas. Às vezes, nós dependemos somente de imagens de câmeras de monitoramento, câmeras de prédios, residências, enfim, acaba dificultando um pouco a investigação — conta o delegado.
Além de ações nas ruas, o setor de inteligência da Polícia Civil e da Brigada Militar trabalham em conjunto com as informações que já foram colhidas para identificar e repreender os furtos de veículos.