A bomba encontrada na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília, na manhã de sábado (24), foi deixada por um homem que queria "causar o caos", segundo o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido. As informações são do jornal O Globo.
O suspeito pela tentativa do ato foi preso. O policial afirma que o homem é um empresário do Pará, que se deslocou à capital do país com o objetivo de participar de atos antidemocráticos.
— Ele confessou que realmente tinha intenção de fazer um crime lá no aeroporto, que seria destruir um poste, uma coisa nesse sentido, para causar o caos, né. O objetivo dele era chamar a atenção justamente para o movimento que eles estão empenhados — contou o delegado.
Equipes da Polícia Militar do Distrito Federal, do Corpo de Bombeiros e das polícias Civil e Federal agiram conjuntamente ao longo da manhã de sábado (24) para desativar o explosivo. As autoridades também localizaram um arsenal de armas e munições na posse do suspeito. Apesar de ter o registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o documento que valida o porte de armas pessoal estava em situação irregular, conforme disse Cândido:
— Ele é CAC, porém está todo fora da norma. Será autuado por porte e posse ilegais de armas de fogo, munições e artefatos explosivos e crime contra o estado democrático de direito.
O homem foi localizado em um apartamento alugado em Brasília, local em que foi procurado e autuado. Segundo a PM, outras pessoas estão envolvidas na tentativa do crime.
— Ele é morador do Pará e veio para participar das manifestações no QG (do Exército). Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente. Eles estão imbuídos nessa missão, segundo eles, mas saiu de controle. E as autoridades policiais, em Brasília, vamos tomar as providências e prender qualquer um que atente contra o estado democrático de direito, principalmente com ameaças, e agora com bombas. Isso é algo que nunca existiu em Brasília e não vamos permitir — disse.
O suspeito afirmou que os armamentos vieram de carro e os explosivos foram enviados logo depois. Ele admitiu que os artefatos explosivos eram oriundos de garimpos do Pará.
De acordo com a autoridade, a perícia mostrou que os apoiadores de Jair Bolsonaro tentaram acionar o equipamento. Por "ineficiência técnica", eles não tiveram êxito, mas tinham a "intenção de explodir e causar tumulto em Brasília, baseados nessa ideologia que carregam com eles".