Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, homem suspeito de instalar uma bomba na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília, detalhou as suas motivações. O bolsonarista disse que o objetivo era "dar início ao caos", o que poderia "provocar a intervenção das Forças Armadas". Ele também disse que a ação foi planejada com manifestantes que estão no quartel general (QG) do Exército. As informações são do jornal Folha de S.Paulo, que destaca ter tido acesso ao depoimento dele à Polícia Civil.
O suspeito, que tem 54 anos e é natural do Pará, afirmou aos policiais que a intenção era instalar explosivos em postes de energia próximos a uma subestação de distribuição em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.
— Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio — disse.
Preso sob a acusação de tentar explodir um caminhão de combustível em uma via próxima ao aeroporto de Brasília, ele também foi alvo de uma busca e apreensão. Os investigadores recolheram ao menos cinco explosivos semelhantes ao que ele utilizou no caminhão, armas diversas e um fuzil.
Em outubro do ano passado, o homem obteve licença como CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). Desde então, gastou cerca de R$ 160 mil em pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições.
O apoiador de Jair Bolsonaro detalhou também que, na data da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante (12 de dezembro), conversou com PMs e bombeiros acionados por conter os manifestantes e concluiu que os agentes estavam "ao lado do presidente" e que por isso em breve seria decretada a intervenção das Forças Armadas.
— Porém, ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil — afirmou.