Em meio a um ano com recorde no número de homicídios, a cidade de Rio Grande, no sul do Estado, terminou o mês de outubro com dois registros. O dado corresponde a menor incidência mensal de assassinatos no ano, junto de julho, quando também duas pessoas foram mortas.
Os números mostram uma redução dos crimes violentos. No total, Rio Grande acumula 78 homicídios em 2022, maior ocorrência entre municípios do interior gaúcho e marca nunca alcançada na história da cidade.
A onda de violência, que alcançou os picos em março e maio, com 13 homicídios cada, é causada por uma guerra entre uma facção local e outra da Região Metropolitana pelo controle do tráfico de drogas no município. Para a delegada regional de Rio Grande, Lígia Furlanetto, a queda nos índices mostra o enfraquecimento das facções criminosas. Mas ela prega cautela e afirma que ainda não é possível cravar o fim da onda de violência.
— Acredito que o pior tenha passado. Estamos com uma perspectiva boa. O monitoramento é constante. Nossas ações são mantidas e estamos com a perspectiva da criação de uma delegacia especializada em homicídios aqui na cidade - explica a delegada.
Um dos homicídios de outubro aconteceu no dia 16. Um jovem de 24 anos foi morto a tiros enquanto dirigia um carro na RS-734. O outro caso foi no último dia 25, quando um jovem de 23 anos foi baleado às margens da BR-392. Houve ainda um caso de morte em confronto com a Brigada Militar, no dia 10 de outubro, que não entra oficialmente nas estatísticas de homicídio.
A Polícia Civil já indiciou 95 pessoas pelos homicídios cometidos em 2022 em Rio Grande — alguns crimes tiveram mais de um autor. O trabalho de investigação também conseguiu apontar os mandantes de crimes, geralmente chefes de facções que atuam de dentro de presídios do Estado e tiveram prisões preventivas decretadas.
O mês de outubro também teve recorde de apreensão de armas. A Brigada Militar (BM) atingiu a marca de 53 armas de fogo retiradas de circulação — maior número em um mês da história do batalhão. Em 2022, já foram apreendidas 361 armas pela Brigada Militar. Se somadas as armas apreendidas também pela Polícia Civil, o total passa de 400. Em comparação, foram apenas 118 no ano passado.