A Polícia Civil desencadeou, na manhã desta sexta-feira (12), em São Sepé, na Região Central, a Operação Reprise. O objetivo é combater facção criminosa que se instalou na cidade para controlar o tráfico de drogas e que, mesmo após a prisão de integrantes do grupo em ofensivas anteriores, continuou com a comercialização de entorpecentes.
Foram, ao todo, 17 mandados judiciais cumpridos, entre prisões preventivas e busca e apreensão. Seis homens foram detidos em São Sepé e outro em Canoas.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Pontes, Londero, Lili, Santos, Kurtz, Santo Antônio, Cristo Rei, Vila Block e no Centro, além da cidade de Bagé. Houve a apreensão de espingarda, balança de precisão, porções de cocaína e crack — as quantias não foram divulgadas — e celulares.
Outras ações policiais já haviam sido realizadas para desarticular a mesma facção — o que explica o nome da ofensiva desta sexta. Foram as operações Tentáculos I e II, em 2019, e Tele Pó e Errático, em 2021.
Após as prisões de integrantes nas outras ofensivas, os líderes do grupo encaminhavam outros membros para a cidade para atuarem com criminosos locais que eram arregimentados para integrarem o grupo. Todo o esquema era feito em São Sepé: armazenamento das drogas, distribuição, comércio, controle e fiscalização. Segundo a investigação, tudo era comandado por um preso que está na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas.
Um dos presos nesta sexta-feira (12) é o principal suspeito pelo assassinato da sua companheira, Letícia Escaio Penteado, 19 anos. Ela foi morta com um tiro na cabeça dentro de casa, em São Sepé, em maio deste ano. O homem alegou que a arma disparou acidentalmente. Na época, ele chegou a ser preso em flagrante, mas como não houve a conversão em prisão preventiva, foi liberado.
Já a Polícia Civil afirma que o homem, que não teve o nome divulgado, teria matado a mulher porque ela não queria mais vender drogas para ele. O homem foi indiciado por feminicídio.
Todos os presos na operação desta sexta foram encaminhados ao Presídio Estadual de São Sepé. Eles devem ser indiciados por tráfico de drogas e organização criminosa. A polícia não divulgou o nome deles.