Cerca de 50 pessoas, entre familiares e amigos de Letícia Escaio Penteado, 19 anos, protestaram em frente ao Fórum de São Sepé, na Região Central, na tarde de segunda-feira (31). Eles reclamam da soltura do companheiro dela, de 25 anos. A jovem foi morta com um tiro na cabeça na madrugada da última quinta-feira (26). O homem alegou que a arma disparou acidentalmente. Ele foi preso em flagrante, mas como não houve a conversão em prisão preventiva, o jovem foi liberado.
O protesto, que contou com cartazes pedindo por justiça e balões, durou cerca de uma hora.
— Que ao menos para a cadeia ele vá, porque foi uma vida que foi tirada. Queremos justiça. Eu sou mais uma mãe que está sofrendo e os filhos dela vão ficar o resto da vida sem o abraço e o colo da mãe — reclama a mãe da jovem, Vânia Costa Escaio.
Letícia tinha dois filhos com o homem, uma menina de cinco anos e um menino de pouco mais de um ano. Eles dormiam na casa de uma tia quando o crime aconteceu.
A vítima e o companheiro estariam escondidos em uma casa no bairro Santo Antônio. Havia contra o homem um mandado de prisão devido ao não pagamento de pensão alimentícia a um filho que ele tem com outra mulher.
Conforme a decisão do juiz Emerson Kaminski, plantonista que determinou a liberdade provisória do suspeito, o homem tem ocupação e residência fixa. Além disso, embora houvesse boletins de ocorrência de Letícia contra ele por ameaça, não havia condenação e ele é considerado réu primário. Ela retirou as queixas e, por isso, não havia medida protetiva contra o companheiro.
O juiz também entendeu que ele pode ter sido infantil ao manusear a arma. O fato de ele mesmo ter chamado a Brigada Militar e pedido socorro a vizinhos também foi importante para a decisão.
A delegada de São Sepé, Carla Dolores Castro de Almeida, responsável pela investigação, diz que o inquérito será concluído em 30 dias.
O caso
No interrogatório, o autor do tiro alegou que estava mostrando a arma para a companheira. Após engatilhar, segundo ele, a pistola calibre 9 milímetros teria disparado acidentalmente.
Conforme a polícia, a jovem já conhecia a arma, que ficava em um local próximo à cama do casal. Outro detalhe que chamou atenção da delegada é de que a casa tinha câmeras de segurança e apenas a da cozinha — onde aconteceu o disparo — estava desligada.
Após o tiro, o homem teria saído da residência gritando e pedindo que vizinhos chamassem a polícia. A vítima morreu na hora.