O Poder Judiciário autorizou a realização de exame de sanidade mental de Ismael Vezner dos Santos, 32 anos, acusado de espancar e matar um homem durante briga no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, no mês passado. Testemunhas gravaram imagens em que ele aparece agredindo Linton Ferreira, 46 anos.
O procedimento já foi marcado e será realizado no dia 24 de novembro. O pedido foi feito pela defesa do réu, que pretende comprovar problemas decorrentes de distúrbios mentais, alegando que ele não tinha consciência de seus atos. Se confirmada a tese defendida pelos advogados André Carús, Ariel Cardoso, Ariel Leite, Guilherme Moraes e Luís Fernando Araújo, Santos não deve ser submetido ao Tribunal do Júri pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel, conforme acusação.
O homicídio ocorreu dia 4 de junho, na esquina da Rua General João Telles com a Avenida Osvaldo Aranha. A vítima, que sofria de esquizofrenia, estava embriagada e levou vários socos e pontapés, além de ter uma das orelhas arrancadas.
Santos foi detido no dia 11 do mesmo mês em Nova Santa Rita e indiciado pela Polícia no dia 17 de junho. Após denúncia do Ministério Público, o caso foi encaminhado à Justiça. A defesa do réu informou ainda que, até a emissão dos laudos psíquicos, o processo ficará suspenso.
O acusado está preso preventivamente na penitenciária de Arroio dos Ratos, desde o dia 13 de junho, e deverá ser encaminhado ao Instituto Psiquiátrico Forense no dia 24 de novembro, para realizar, além dos exames psiquiátricos, testes toxicológicos.
A bancada de advogados afirma que os indícios de insanidade mental se corroboram por meio dos relatos dos familiares do réu. De acordo com os defensores, após a leitura integral do processo e análise dos relatos das testemunhas, teria ficado evidente a suspeita de distúrbios mentais.
No dia do homicídio, por exemplo, Santos teria quebrado uma garrafa, cortado a própria mão e passado próximo a diversos carros em via pública dizendo palavras sem nexo. O fato ocorreu minutos antes do assassinato que teria sido motivado por uma discussão.
Vítima
Ainda no dia 3 de junho, horas antes do homicídio, familiares de Linton revelaram que ele teve de buscar atendimento em Porto Alegre depois de ter duas convulsões na casa onde morava, em Canoas, com a esposa, Rita, e a filha de 10 anos do casal, que estava junto havia 14 anos. Ele tinha outros dois filhos, de 22 e 24 anos, de outro relacionamento, uma neta e um casal de enteados no atual casamento.
No Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde teria buscado atendimento, familiares contaram à polícia que ele teria sido orientado a ir para outra casa de saúde. Porém, depois disso, não tiveram mais notícia dele até que foram informados pela polícia sobre a briga e depois a morte no bairro Bom Fim.