O suspeito da agressão e morte do advogado criminalista Sérgio Antonio Maidana de Freitas, 73 anos, em Rio Grande, admitiu ter "trocado tapas" com a vítima depois de uma breve discussão. O motivo alegado pelo homem, que está preso, é de que o advogado teria xingado a mulher dele há cerca de um ano.
No depoimento à Polícia Civil, o preso negou agressões mais fortes que possam ter causado a morte do criminalista, conhecido como Barbará. GZH apurou que a causa do óbito teria sido trauma abdominal, mas a informação ainda não consta de laudo oficial.
— Ele não confessou a autoria (da morte). Apenas afirmou que ambos trocaram tapas e que a vítima caiu no chão — disse o delegado Maiquel Fonseca, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Rio Grande.
— O suspeito alegou que ambos tinham um desentendimento, de cerca de um ano atrás. Haveria um desacordo entre a esposa do agressor e a vítima — completou.
O suspeito — que não teve o nome divulgado — se apresentou à polícia na tarde do domingo (13) e está com prisão preventiva decretada por homicídio. Depois de ouvido, ele foi levado ao presídio da cidade.
O local onde ocorreu o desentendimento entre os dois é um escritório que fica a cerca de 100 metros de uma delegacia da Polícia Civil. Imagens de câmera de segurança registraram o advogado correndo em direção à DP, mas ele não chega a entrar. Como encontrou policiais militares, Barbará embarcou na viatura e retornou com os PMs ao local do fato, conforme o delegado Fonseca.
Ao voltar, de acordo com testemunhas, o advogado começou a sentir dores, e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada. Barbará foi levado para a Santa Casa, onde morreu na madrugada de sábado (12).
O agressor também citou no depoimento que o advogado trabalhou para ele em um processo de família em que teria saído perdedor, mas disse que o caso é muito antigo e negou que o desentendimento tenha ligação com essa ação.
O delegado explicou que essas informações ainda estão sendo conferidas, até para esclarecer a motivação da briga. Nesta segunda-feira (13), devem ser ouvidos os policiais militares que atenderam o caso inicialmente.
Pelo relato do agressor, o encontro com Barbará teria sido casual. O homem, que alega estar doente, teria uma causa previdenciária sendo tratada no escritório. Já Barbará costumava frequentar o local e indicar clientes. Eles se encontraram na saída, onde teria começado a discussão.