Desaparecido desde a manhã de domingo (14) durante uma prova no sul do Estado, o ultramaratonista Carlos Freitas, 65 anos, tem experiência em longas distâncias e é conhecedor das dificuldades de corridas, conforme a Extremo Sul Ultramarathon, responsável pela organização do evento.
Morador de São Paulo, Freitas desapareceu enquanto realizava a corrida de 226 quilômetros entre Chuí e a praia do Cassino, em Rio Grande. As buscas seguem ocorrendo nesta terça-feira (16).
"O atleta é um senhor de 65 anos, muito experiente em provas de longas distâncias, perfeitamente capaz e conhecedor das dificuldades da prova, mas que por algum motivo, ainda desconhecido, saiu da rota da praia", disse a organização em comunicado.
A prova começou na sexta-feira (12) pela manhã, partindo do Chuí, e foi encerrada no domingo à tarde, em Rio Grande, com a vitória do português Vitor Rodrigues, 37 anos, que completou o percurso em 27 horas.
De acordo com a Defesa Civil de Rio Grande, Freitas veio de São Paulo acompanhado da esposa para participar da competição. No sábado (13), ele havia percorrido cerca de 100 quilômetros da prova, quase metade do percurso, quando fez parada em uma base para comer e se hidratar.
Freitas teria embarcado em um veículo da própria organização da prova durante um trecho, o que não é permitido no regulamento da competição, e foi informado de que estava desclassificado. Mesmo assim, o atleta optou por seguir o trajeto em direção à linha de chegada. Na manhã de domingo, a esposa do corredor teria conseguido contato com ele, pela última vez.
— Estamos fazendo todo o possível para encontrar ele bem. Há várias hipóteses: ele pode ter se perdido, ido para o mar. É uma prova difícil, tinha muito vento, que levanta a areia e diminui a visibilidade. Isso mexe com o psicológico. Ele veio de outro Estado, queria concluir a prova, não quis parar. Não sabemos o que se passou — explica o ordenador da Defesa Civil do município, Rudimar Machado.
A investigação do caso é feita pela 3ª Delegacia de Rio Grande, sob comando do delegado Rafael Patella. Até o momento, as autoridades não esclareceram por que o atleta teria pego a carona e nem repassado mais detalhes da investigação.
— Estamos trabalhando diretamente com as informações relativas às buscas. O foco neste momento é encontrá-lo — resumiu o delegado.
Nesta terça, o trabalho se concentra nas proximidades da região do Taim e do Farol de Sarita. Antes, as equipes fizeram buscas em outro ponto, onde o último sinal de celular do atleta foi identificado, mas nenhuma pista foi encontrada. A quebra do sigilo telefônico do corredor foi solicitada pela esposa, que também registrou ocorrência na polícia depois de não receber mais notícias de Freitas.
Por meio das redes sociais, a organização da corrida afirmou que a região é vasta e que "não há descarte de nenhuma hipótese" do que possa ter ocorrido.
"Desta forma, pedimos a todos que tenham acesso a informações, que entrem em contato com a delegacia de polícia. O contingente de busca é grande, com várias instituições envolvidas e também de moradores conhecedores da região. (...) Pedimos a todos que possam e tenham condições, que ajudem nas buscas", disse a entidade em nota.
Desde domingo, um mutirão é realizado na tentativa de encontrar o atleta. Defesa Civil, Guarda Municipal e de Trânsito, Corpo de Bombeiros, prefeitura e uma equipe de integrantes do Exército Brasileiro ajudam nas buscas. Um helicóptero da Marinha e cães farejadores também são usados. Organizadores do evento e jipeiros da região se juntaram ao trabalho.