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A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (1º) o indiciamento de cinco líderes de uma facção paulista que estava operando no Rio Grande do Sul desde 2017. Os suspeitos, que foram alvo de uma operação em sete Estados no mês de julho deste ano, respondem por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e crime organizado. Além disso, a organização criminosa teve bens apreendidos ao longo de mais de dois anos de investigação e que foram avaliados em R$ 33 milhões.
Em relação aos indiciados, três estão presos e dois foragidos. O titular da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), Adriano Nonnenmacher, responsável pelo caso, diz que, só em contas bancárias em nome de laranjas - uma delas pertencente a uma criança de Santa Maria com sete anos de idade - foram contabilizados R$ 700 mil.
Entre os bens, há carros de luxo, incluindo uma Mercedes de R$ 400 mil, apreendida em julho, e até um prédio onde funcionava uma boate em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
Os criminosos também fizeram investimentos na bolsa de valores de São Paulo e em criptomoedas. Eles ainda usavam doleiros, um deles investigado na operação Lava-Jato, com o objetivo de enviar ativos para Bolívia, Colômbia e Paraguai. A polícia segue apurando mais crimes e o envolvimento de mais suspeitos.
Como grupo operava
Segundo Nonnenmacher, a maior facção criminosa do Brasil, que atua em vários pontos do país a partir de presídios em São Paulo, tinha uma movimentação mensal de R$ 12 milhões no Rio Grande do Sul por meio de uma rede de operadores que vendiam entorpecentes enviados aos integrantes gaúchos e remetiam os valores para cerca de cem contas bancárias. Conforme a investigação, o esquema contava com 45 operadores somente no Estado, comandados por um detento na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
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Este apenado é apontado como elo gaúcho da rede, enquanto um baiano, que está em presídio na região metropolitana de Belém (Pará), é o elo nacional. Um dos operadores, por exemplo, era uma garota de programa que atuava para a organização criminosa. A polícia descobriu que, atualmente, ela está em Dubai, nos Emirados Árabes. O grupo chegou a adquirir dois grandes imóveis, um prédio com vários apartamentos e outro onde funcionou a boate em Novo Hamburgo. Além disso, Nonnenmacher comprovou a aquisição e apreendeu 22 veículos de luxo. Somente no dia da operação policial, em julho, foram localizados R$ 160 mil em vários locais onde houve buscas.
O esquema, que também tinha lavagem de dinheiro, não se restringia apenas à compra de bens, mas em um emaranhado de transações financeiras com depósitos de pequenos valores em contas de laranjas, algumas sendo apenas as chamadas "contas de passagem".