O taxista Fernando Schmitt, 41 anos, morador de Carazinho, no norte do Estado, foi visto pela última vez na noite de sábado (18). Desde então, não se sabe qual foi o itinerário feito pelo motorista, que trabalha há anos no município de 60 mil habitantes.
A principal suspeita da Polícia Civil é de que ele tenha sido morto, em um latrocínio (roubo com morte) ou um homicídio. Buscas são realizadas desde o domingo (19) pelos bombeiros. A procura foi retomada na manhã desta quarta-feira (22).
As buscas estão concentradas na zona rural do município, onde há suspeita de que a vítima possa ter sido arremessada de uma ponte. No último domingo, o carro dele, um Uno, foi abandonado no bairro Floresta, na área urbana. O veículo tinha marcas de sangue no interior. Uma das possibilidades investigadas é de que tenha sido abandonado no local pelos autores do crime, após retornarem da área rural.
— O carro estava encostado próximo à calçada, com porta aberta, sem chave, e com vestígios de sangue. Havia sangue na porta do carona, nos dois bancos da frente e no banco traseiro — detalha a delegada Rita de Carli, responsável pela investigação.
Segundo a delegada, o desaparecimento do taxista chegou ao conhecimento da polícia com a localização do veículo, na manhã de domingo. O ponto onde o carro foi abandonado é um bairro da cidade, habitado, com residências de ambos lados. A polícia ainda apura em que momento o automóvel foi deixado no local. Equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP) fez levantamento no local e no veículo, em busca de vestígios que possam levar à autoria do crime.
Ainda no domingo, após a polícia obter informação de que o taxista poderia ter sido jogado de uma ponte no interior do município, os agentes foram até o local. Em uma travessia de pedra, na localidade de Santa Terezinha, distrito de São Bento, a cerca de 20 quilômetros da área central, foram encontrados novos vestígios de sangue. No mesmo dia, os bombeiros deram início às buscas no Rio da Várzea.
— Vamos continuar com as buscas nessa região porque estamos convencidos de que o corpo da vítima tenha sido deixado ali. Trabalhamos tanto com a hipótese de homicídio, como latrocínio. Como o taxista até o momento não foi encontrado, temos fortes elementos para acreditar que tenha acontecido a morte dele. Estamos tentando entender o itinerário feito por ele naquela noite — diz a policial.
Embora não detalhe o andamento da apuração, e nem como chegou à informação sobre a ponte, a delegada afirma que pessoas próximas ao taxista já foram ouvidas, e a polícia segue em busca de novas pistas do crime. O motorista não tinha antecedentes policiais e era bastante conhecido na cidade.
— Uma pessoa que trabalhou a vida inteira — afirma a delegada.
O taxista é natural de Carazinho e, quando desapareceu, estava trabalhando no ponto de táxi junto à estação rodoviária da cidade. O caso gerou repercussão no município. Nas redes sociais, moradores lamentam o desaparecimento.
Procura ampliada
Segundo o tenente-coronel Ricardo Mattei, comandante do 7º Batalhão Bombeiro Militar (BBM) da região, como não há certeza do local onde a vítima possa ter sido deixada, embora haja indícios de que tenha sido junto à ponte, o perímetro de procura foi ampliado. Além da equipe de Carazinho, também atuam nas buscas mergulhadores de Passo Fundo.
— Estamos ampliando as buscas para a extensão do rio a jusante (rio abaixo), pois a corrente ainda é muito forte devido às chuvas da semana passada. Os pontos de profundidade variam, com pontos mais profundos, e muita vegetação em ambas as margens. Os mergulhadores fazem as buscas submersos em pontos de remanso, onde a corrente é menor. A extensão é ampliada devido à velocidade do curso d'água — explica.
A água no local é bastante turva, o que dificulta a visibilidade. Segundo o comandante, a perspectiva é de que as buscas continuem até a localização do taxista.