A mulher que foi ao Hospital de Alvorada, na Região Metropolitana, na noite de domingo (4), e denunciou estar sendo mantida em cárcere privado pelo companheiro está grávida. A vítima, de 34 anos, informou que só foi liberada para ir à casa de saúde após fingir ter passado mal, dizendo que sentia dores abdominais.
Segundo a delegada Samieh Saleh, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Alvorada, a vítima fez um teste de gravidez no mesmo dia em que foi até a instituição hospitalar. O exame teria confirmado a gestação, que estaria no início.
O homem, de 25 anos, suspeito pelos crimes de estupro, cárcere privado e ameaça teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo Poder Judiciário na tarde desta terça-feira (6). Ele tem ao menos quatro antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas e teria envolvimento com uma facção criminosa, segundo a Polícia Civil.
Nos próximos dias, a polícia vai tentar identificar testemunhas das agressões cometidas pelo suspeito. Segundo a delegada, a mulher era ameaçada para que não relatasse aos familiares as condições às quais era submetida. Em uma das ocasiões, o suspeito teria dito que, caso fosse entregue à polícia, iria matar a filha dela, de oito anos — a menina foi ao hospital junto com a mãe no último domingo.
— A vítima está com muito medo, por isso foi levada para um local seguro para se acalmar — afirma Samieh.
Conforme a delegada, a mulher tem outros três filhos. Ela e o suspeito teriam se conhecido há três anos, terminando e retomando o relacionamento algumas vezes durante esse período. Há cerca de seis meses, ela aceitou reatar com o companheiro, após ele afirmar que “havia mudado”. A mulher também relatou à polícia que a agressividade do companheiro vinha se agravando:
— Ela disse que a situação estava insustentável, com ele a agredindo e a estuprando diversas vezes durante o dia, por vários dias seguidos.
Depois de ter buscado ajuda no hospital, a mulher solicitou uma medida protetiva contra o homem.
— É sempre bom salientar que a vítima deve ir em busca de ajuda, seja na polícia ou em qualquer outro local em que se sinta confortável, como um hospital. Também pode fazer uma denúncia anônima, um registro online, não precisa se colocar em risco. O importante é procurar ajuda — ressalta.