A Polícia Federal (PF) realizou na tarde desta sexta-feira (20) fiscalização extraordinária no Grupo Vector, responsável pela segurança no supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre, onde João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, foi morto na noite anterior. Dois vigilantes vinculados à empresa foram presos em flagrante por homicídio qualificado. Em nota, a empresa diz que "seus colaboradores recebem treinamento adequado" e que abriu apuração interna sobre os fatos (leia a íntegra abaixo).
Conforme a PF, um deles é vigilante profissional, com carteira nacional de vigilante (CNV), portanto, estaria autorizado a “abordagem ativa de contenção”. Porém, não há registro na PF de seu vínculo profissional com o Grupo Vector. O nome não foi divulgado, mas a reportagem apurou que se trata de Magno Braz Borges. O documento dele, expedido pela PF, foi suspenso.
No caso do policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, ele não tem habilitação de vigilante. Também não poderia estar trabalhando nessa função por fazer parte dos quadros da Brigada Militar.
A PF informa que, em fiscalização ordinária anual no Grupo Vector, em 28 de agosto, não encontrou irregularidades. Segundo a PF, se após a fiscalização extraordinária forem encontrados problemas, a empresa poderá ser autuada e ter a autorização de funcionamento suspensa.
O que diz o Grupo Vector
"O Grupo Vector, através de seu advogado, vem a público informar que lamenta profundamente os fatos ocorridos na noite de 19/11/2020, se sensibiliza com os familiares da vítima e não tolera nenhum tipo de violência, especialmente as decorrentes de intolerância e discriminação.
Informa que todos seus colaboradores recebem treinamento adequado inerente as suas atividades, especialmente quanto à prática do respeito às diversidades, dignidade humana, garantias legais, liberdade de pensamento, ideologia política, bem como à diversidade racial e étnica.
A empresa já iniciou os procedimentos para apuração interna acerca dos fatos e tomará as medidas cabíveis, estando à disposição das autoridades e colaborando com as investigações para apuração da verdade."