Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Inoccentia para combater a pedofilia, com foco na divulgação pela internet, em quatro cidades da Região Metropolitana e do Vale do Sinos. Mais de 40 policiais, com apoio de cinco peritos criminais, cumprem seis mandados de busca e apreensão contra seis suspeitos identificados após meio ano de investigação.
Um dos alvos usava nomes de pessoas falecidas para acessar material pornográfico e não ser descoberto pela Polícia Civil. Até as 10h30min, quatro suspeitos haviam sido presos — os nomes não foram divulgados.
Durante a investigação da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA) de Canoas, um empresário de Montenegro, no Vale do Caí, também foi preso — no dia 15 deste mês — e confessou que trocava conteúdo envolvendo crianças e adolescentes.
O delegado Pablo Rocha, responsável pelo caso, diz que os mandados foram cumpridos em Canoas, Esteio, Porto Alegre e São Leopoldo. Segundo ele, são oito locais onde as ordens judiciais foram cumpridas.
Em dois endereços apurados há dois pontos de investigação. No bairro Fátima, em Canoas, moradores de uma rua onde um dos suspeitos foi preso aplaudiram a ação da Polícia Civil.
— Há, entre os investigados, a comprovação da prática de abuso sexual e, com outros, comprovamos a troca de material pornográfico envolvendo principalmente crianças. Nosso objetivo, já que estamos com peritos criminais atuando junto, é apreender HDs e todo tipo de material para anexar ao inquérito — explica Rocha.
O passo seguinte à operação será apurar cada um dos alvos para verificar conexões e locais utilizados por eles, inclusive pela internet, para a realização dos crimes. Rocha destaca que foi verificada a tentativa de alguns dos investigados em dificultar o trabalho de rastreamento e localização da origem dos conteúdos pornográficos.
Além de perfis falsos nas redes sociais e em e-mails, um dos homens estava usando nomes de pessoas mortas com o objetivo de não ser identificado pela polícia. Rocha ressalta que a tática não deu certo e que o suspeito pode responder também por falsidade ideológica.
Outra forma usada era o uso de equipamentos de armazenamento auxiliares, como pen drives e HDs externos, para tentar evitar a apreensão do conteúdo pornográfico em caso de ação policial.
Rocha diz que a DPCA de Canoas já contabiliza, desde o início do ano, a prisão de 27 pessoas que cometeram abusos sexuais ou que compartilharam imagens envolvendo crianças e adolescentes.
Sobre os presos nesta quinta-feira, apesar dos nomes não terem sido divulgados, a polícia informa que há um militar reformado do Exército, dois aposentados e um analista de qualidade na área industrial.