Quase nove toneladas de maconha, cocaína, crack, haxixe e outras drogas sintéticas foram incineradas na manhã desta quarta-feira (4) na Região Metropolitana. A maior parte do montante diz respeito a quantidade de drogas apreendidas apenas no segundo semestre de 2019 em todo o Rio Grande do Sul pela Polícia Civil e demais instituições de segurança pública. A ação foi coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
Segundo o diretor de investigações do Denarc, delegado Carlos Wendt, trata-se da maior incineração em quantidade de drogas da história da Polícia Civil. A apreensão e posterior destruição dessa quantia das drogas representa um prejuízo de aproximadamente R$ 50 milhões para as organizações criminosas.
— Este valor é um golpe significativo nestas facções. Toda essa droga será transformada em cinza e assim estamos evitando que milhares de famílias sejam destruídas por causa da droga, fora o enorme prejuízo financeiro que as facções estão tendo — avalia o delegado.
Esta é a segunda incineração de drogas do ano feita pelo Denarc. No primeiro semestre, sete toneladas de ilícitos foram destruídos, quantia referente ao total apreendido nos primeiros seis meses de 2019.
Na avaliação do delegado, o recorde do segundo semestre se deve ao aumento significativo de apreensões de drogas em 2019. Apenas o Denarc aumentou em 75% a quantidade de maconha apreendida nos primeiros 11 meses de 2019 em relação a todo o ano de 2018. O montante de cocaína e crack apreendidos cresceu 60% no mesmo período.
— Nem fechamos dezembro e já temos estes números muito maiores em relação a todo ano passado — afirma o delegado.
A melhora nos números se deve, explica Wendt, à estratégia traçada no começo do ano de qualificar a investigação e mirar nas grandes facções para, com isso, aumentar a quantidade de drogas e bens apreendidos. De janeiro a novembro de 2019, o Denarc apreendeu mais de R$ 1,1 milhão em valores em espécie, o que representa mais que o dobro do que foi apreendido ao longo de todo o ano anterior. A quantia diz respeito a apreensões em todo Estado, mas que se concentram principalmente na Região Metropolitana.
— Esse dinheiro vai para o judiciário e nós podemos pedir a reversão dele para usarmos em investigações de repressão ao narcotráfico.
Outra mudança no trabalho do Denarc que tem trazido resultados, na avaliação do delegado, é que o foco das prisões e indiciamentos está nas lideranças das organizações criminosas:
— Estamos focando nas pessoas com papel mais importante, para dar um abalo maior na facção — afirma Wendt.