A mãe da jovem que foi atingida pelo tiro dentro de loja em São Leopoldo, no Vale do Sinos, que prefere não se identificar, conta que se sentiu aliviada ao saber da prisão do ex-genro. Cristiano Bessa Arisi, 40 anos, apresentou-se por volta do meio-dia desta terça-feira (13) na 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo.
Desde que a filha dela recebeu alta, na segunda-feira (12), a família criou um verdadeiro esquema de segurança no entorno da jovem. Para evitar que o ex-companheiro se aproximasse dela, não permitiram que ela ficasse nem na casa do pai e nem na da mãe. Além disso, ela estava atendendo somente a telefonemas de números de pessoas próximas.
— No hospital, ela tinha dois policiais na volta dela. Já em casa, não tinha nada disso. Não dava para descuidar — conta a mãe, mais tranquila ao saber que o homem foi preso.
Mesmo em lugar seguro, a jovem não disfarçava a apreensão de ser localizada por ele. Antes de ser baleada, o ex-companheiro ficou rondando a jovem por cinco dias. Ele chegou até mesmo a invadir a casa do pai dela. Na ocasião, ela havia procurado a polícia e pedido medida protetiva.
— Ficou muito abalada, com muito medo de tudo. Agora, com a prisão, pode ficar se recuperando — comenta a mãe.
O disparo atingiu a região entre a mandíbula e o pescoço, rompendo um nervo, segundo explicação da mãe. Devido ao tiro, a parte esquerda do rosto da jovem ficou paralisada, da mesma forma que a sensibilidade dessa região ficou afetada. Por 45 dias, ela não vai poder mastigar. Irá se alimentar apenas de líquidos ou substâncias pastosas.
Conforme a mãe, o rapaz tinha ciúme possessivo da jovem. A agressividade, ainda segundo a mulher, começou a “aflorar há quatro meses”. Eles estavam separados há um mês, depois de o então namorado ter comprado uma arma e, de acordo com a mãe, passar a ameaçar a filha.