
O Exército Brasileiro incinera, nesta quinta-feira (25), cerca de 10 toneladas de armas apreendidas no Rio Grande do Sul. Estão sendo destruídas, em um processo que começou por volta das 8h, 10.766 armas de fogo ou simulacros e outras 5,9 mil armas brancas, como facas e facões.
As armas são incineradas em uma siderúrgica com endereço mantido em sigilo — um dia antes da operação, nem mesmo jornalistas convidados para acompanhar a ação ou o setor de comunicação do Exército foram informados sobre onde ocorreria.
O armamento foi levado até o local em caminhões do Exército Brasileiro, sob escolta da Polícia do Exército e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar de já estar com canos amassados e desmontados, com peças plásticas já retiradas, havia temor de que pudesse ocorrer alguma tentativa de resgate do material por grupos criminosos.
As armas foram apreendidas por Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e PRF nos municípios gaúchos. O Exército explica que elas não necessariamente foram recolhidas no último ano, já que a determinação para a destruição é feita pela Justiça e liberada mediante demanda.
Desde dezembro de 2016, uma mudança na legislação passou a permitir a reutilização de armas pelas polícias. No entanto, o general Carlos André Alcântara Leite, chefe do Estado-maior do Comando Militar do Sul, explica que a ordem para destruição das armas é expedida pelo Judiciário em caso de elas não serem reivindicadas por nenhum outro órgão de segurança. Muitas já estavam velhas e sem condição de uso.
— O Exército participa desse processo já na última fase, quando a Justiça nos entrega o armamento após finalizado o processo judicial para destruição. Não nos cabe tomar a iniciativa ou a decisão de aproveitar esse armamento para atender algum fim. O que nos cabe é cumprir a decisão — comentou.
No procedimento de incineração, as armas foram retiradas de caminhões do Exército em um ímã e passadas para outro veículo, menor. Do caminhão pequeno, um outro ímã gigante leva o material para a caldeira, onde se torna um líquido incandescente.
A prévia inutilização das armas que serão encaminhadas para destruição é feita pelo Comando da 3º Batalhão de Suprimento, de Nova Santa Rita, responsável também por fazer a guarda do material. Na unidade, somente militares que passam por uma seleção e investigação de sua carreira podem trabalhar. Para evitar desvio de peças, todo o processo é filmado e os soldados precisam passar por um detector de metais antes de deixar o batalhão.
A operação é feita todo ano, mas em 2019 o Exército prevê que será necessária uma segunda fase devido à alta demanda. No ano passado, foram 12 toneladas de armas destruídas.
O ferro e o aço resultantes da operação serão usados pela indústria que está fazendo a destruição.